Fragmentos de vida que se alinhavam sobre mesas, na necessidade lógica do alimentar o corpo alimenta-se a alma. São ecos do caldo cultural ressuscitado a cada leitura, depoimento com cheiro de terra e temperos. O alinhavar de Steinbeck é...
Fragmentos de vida que se alinhavam sobre mesas, na necessidade lógica do alimentar o corpo alimenta-se a alma. São ecos do caldo cultural ressuscitado a cada leitura, depoimento com cheiro de terra e temperos.
O alinhavar de Steinbeck é perfeito:
sofisticado e simples, sem jamais usar palavras complicadas, enxuto mas não seco, traça com encanto quadros delicados de riqueza e magia.
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Viajando com Charley traz um Steinbeck sessentão, com a inaudita necessidade de aventuras e descobertas, que o fez desbravar quase
quarenta Estados americanos, desvendar histórias, paisagens e preconconceitos, ao final, a si mesmo.
Sua narrativa é um presente inesquecível, centrada no ser humano, na
paisagem, na natureza e em reflexões esclarecedoras, que merecem ser pensadas.
A incursão pela gastronomia não é recebida com menor prazer. Aprender o que se serve à mesa ontem ou em outros territórios e
combinar sabores imprevisíveis faz parte da melhor literatura universal: embora
o foco do autor pareça estar alhures, no cérebro ou no coração, o estômago é atendido todos os dias.
Steinbeck, entretanto, se entrega e está inteiro nas descrições das lembranças gustativas - e olfativas, por que não? - são elas parte da memória de cada um, carregadas de paixão e da certeza de que, muitas vezes, não viveremos novamente o mesmo prazer: porque a avó que fazia o doce predileto não estará mais ao nosso lado, porque a cozinheira faleceu, porque, enfim, existe a vida que passa e o ato de criação não pode ser revivido.
Steinbeck, entretanto, se entrega e está inteiro nas descrições das lembranças gustativas - e olfativas, por que não? - são elas parte da memória de cada um, carregadas de paixão e da certeza de que, muitas vezes, não viveremos novamente o mesmo prazer: porque a avó que fazia o doce predileto não estará mais ao nosso lado, porque a cozinheira faleceu, porque, enfim, existe a vida que passa e o ato de criação não pode ser revivido.
Desta obra destaco a perfeição no preparo do drinque preferido do autor
e "o melhor camarão do mundo".
Seu testemunho é digno de fé, porque conheceu a culinária perfeita das cidades mais importantes e influentes e era, afinal, famoso e viajado aos sessenta anos.
Comer é preciso; o prazer de comer, mais preciso ainda.
A receita dos camarões não poderia ser mais simples: camarões pistola, daqueles enormes, cozinhados simplesmente na água do mar, sem tempero ou mais nada. Somente os camarões e a
água do mar, o mais natural possível. O ponto de cozimento é claro que importa, uma vez que passados ganham jeito e textura de borracha. É receita que tenciono reproduzir em minha mesa, para confirmar - ou não - a opinião do autor.
Das trutas trago um trecho, para que descubram o porquê do meu
deslumbramento. Não é por menos:
"A cozinheira deu-me um café. Sentei-me num recanto da cozinha,
enquanto ela mergulhava as minhas trutas em farinha de trigo e depois as
fritava em gordura. Ela serviu-me as trutas com fatias de bacon, que se
desmanchavam na minha boca. Fazia muito tempo que eu não comia uma truta
daquele jeito, cinco minutos apenas da água à frigideira. A gente tem que pegar
a truta frita, delicadamente, com os dedos, na cabeça e no rabo, comendo
devagar, em torno da espinha. No final come-se o rabo, tão quebradiço quanto
batata frita. O café tinha um gosto especial de manhã gelada, quando a terceira
xícara é tão gostosa como a primeira."
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Maria da Gloria
Perez Delgado Sanches
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