A Costa Rica, o país com menos de 5 milhões de habitantes ensanduichado entre o Panamá e a Nicarágua, ficou no topo do ranking global de combinação de vida longa e feliz com limitada degradação ambiental.
O país mistura um belo interior, uma grande diversidade de espécies e há muito tempo se livrou de seu exército. A fusão de seus ministérios da energia e meio ambiente reverteu o desmatamento e ajudou o país a produzir 99% de sua energia a partir de fontes renováveis. Ela também apresentou altas notas, em relação a outros países em desenvolvimento, nas pesquisas sobre pobreza, liberdade de imprensa e democracia.
O Índice Planeta Feliz ("Por que uma boa vida não precisa custar o planeta") publicado na sexta-feira pela New Economics Foundation, com sede no Reino Unido, combina medições de expectativa de vida, felicidade e pegada ecológica para avaliar a sustentabilidade do crescimento em 143 países.
O fato dos 10 mais da lista dos países "mais verdes e mais felizes" ser dominado pela América Latina pode gerar alguma desconfiança, já que a região é mais conhecida na imaginação ocidental por suas favelas, desigualdade e golpes de Estado. O Zimbábue ficou em último lugar, juntamente com uma dúzia de outros países do sul, leste e centro da África.
Mas os latino-americanos marcam muitos pontos, sugere o relatório, devido a aspirações não-materiais e forte capital social entre amigos e parentes. O desempenho ruim do mundo desenvolvido também pode levar alguns ocidentais a duvidarem do valor do relatório. Entre os países ricos, o mais bem colocado é a Holanda - mas apenas em 43º lugar. O Reino Unido fica na metade inferior do ranking - em 74º, atrás da Alemanha, Itália e França, mas à frente do Japão e da Irlanda. Os Estados Unidos se saem particularmente mal, em 114º lugar. Os países ocidentais apresentam longa expectativa de vida e as pessoas são razoavelmente felizes, mas os países sofrem no ranking devido à sua fraqueza ecológica, refletindo o nível elevado de consumo.
O desafio para o Ocidente, diz o relatório, não é continuar elevando a renda, mas buscar vidas mais significativas e laços sociais mais fortes. Essa pode ser uma meta distante a curto prazo, mas o índice está sendo divulgado em um momento em que os autores de políticas estão explorando medições mais amplas de progresso em vez de um desejo de apenas promover o crescimento. A "Comissão para Medição do Desempenho Econômico e Progresso Social" do presidente da França, Nicolas Sarkozy, deverá apresentar seu relatório em breve.
Os críticos dessas medições e índices dizem que são baseados em cálculos e dados arbitrários, mas a maioria aprecia sua contribuição para o debate das políticas.
"O Índice Planeta Feliz é uma das várias tentativas de 'ir além do PIB' e chamar atenção para aspectos importantes de nossa vida", disse Enrico Giovannini, estatístico chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde). Mas, ele acrescentou, "é impossível capturar em um único indicador a complexidade de nossa sociedade".
Tradução: George El Khouri Andolfato
do UOL Jornais (fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/07/04/ult579u2847.jhtm)
Simon Briscoe
Em Londres (Reino Unido)
Trocar experiências, reciclar (palavra de ordem), cuidar do jardim, do pomar, da horta, cultivar amigos, ler, estudar, olhar o mundo com olhos sempre novos. Se a natureza é exuberante, viva, dinâmica, tudo o que fica parado estagna: água, energia, vida. Daí a virtude da renovação: adiante e além, em harmonia. Lema? "Cada coisa é segundo sua utilidade". Esteja em casa.
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