Por que guarda esse nome?
Alegre, divertida,
Até no portar as sementes
Traz o brinquedo às crianças:
Plic-ploc, espalham-se as pequeninas
Reservadas na concha-vagem.
Por que "sem-vergonha", Maria?
Porque sabe tanto dar
E no seu arrebatamento
Tem tão pouco a exigir?
Sem-vergonha, Maria, por quê?
Apenas porque alegre
Por que rica de cores
Por que plena de amores
Por que não se acabrunha?
Diz-me, Maria, veio em semente
Colada à pele do escravo
Para enricar Serra do Mar?
Tanto lhe devemos, Maria,
Pois este povo
Branco-índio-negro-e-amestiçado
Mais rico hoje tem seu olhar.
Maria, bela Maria
Se também a conhecem por beijinho, beijo turco
Por que para nós é Sem-Vergonha?
Por que basta você a um cantinho
Para o encantar?
Ou porque os cobiçososEnraivecidos de tanta luxúria
Fazem pouco, às escâncaras,
Para a amofinar?
Vibra, Maria, sorri, Maria,
Chamada de Sem-Vergonha.
Um pouquinho de umidade,
O sol a abençoá-la - mesmo pouco
E sorri, da vida, plena, o ano todo.
Parece-me, Maria, inveja
De suas cores, de seu deslumbre
De seu brilho em matizes tantos
Que não se pode copiar.
Os néscios, que se calam
Estúpidos e incolores
Fazem-se de doutores.
Não, Maria, você, canta,
E ri, e encanta.
Sempre bem, você goza a vida.
Não se importa com os ineptos
Que teimam no injuriá-la.
Você também é douta, Impatiens walleriana
Poderia se impor, mas para quê?
Se alegra porque é,
Não precisa fazer-se ser
Na arrogância do não sendo.
Que seja "Sem-Vergonha", minha sempre Maria
Que doce me alegra a vida desde menina
Maria-Bela
Maria-Nobre
Rica-Maria.
Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro
Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de
Arraial do Cabo, RJ.
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