Há algumas semanas, tenho uma nova moradora em minha casa: uma grande aranha, de aproximadamente oito centímetros (não usei o metro, é claro).
Rajada, de preto e um rosa brilhante, guardada em seu casulo-abrigo, observa a teia maior que teceu no entorno e a mim, a ver se destruo sua obra. É curioso seu casulo, ou teia menor, de forma cilíndrica.
Quando fui morar em Ibiúna, fiquei apavorada com a possibilidade de encontrar aranhas e cobras dentro de casa. Não raros são os depoimentos de acidentes domésticos em que os animais são protagonistas.
Descobri que não existem inseticidas contra tais animais. O remédio é se prevenir: bater os sapatos e verificar onde tocamos. Nós somos os intrusos; eles, os habitantes naturais do lugar.
Fica a dica para quem não conhece: no interior, em especial em chácaras e sítios, antes de calçar um sapato, bata-o no chão, para expelir eventual visitante indesejado.
Os animais selvagens não atacam, a menos que seja para se alimentar ou porque se sentem encurralados. Portanto, se tentar esmagar uma aranha (vestir o calçado aonde ela se abriga, por exemplo) pode ser picado.
Por enquanto, decidimos que a aranha ficará lá, para se alimentar dos insetos. Que mal pode fazer?
Pouco depois, descubro novas irmãs (ou primas) desta minha inquilina, na cobertura da área destinada ao churrasco.
Vá lá. Por enquanto, fiquem.
Ao postar as fotografias, fiquei curiosa e pesquisei na Internet. Esta é uma aranha da espécie Nephilengys cruentata, parente da Nephila. A fêmea pode alcançar 19 cm de comprimento (os machos, no máximo 4 cm). Por conclusão, esta deve ser uma fêmea.
Originária da Africa, proliferou-se no Brasil, nos estados do Rio de janeiro, São Paulo e Minas Gerais e se alimentam de insetos. Aliás, desenvolveu-se em toda a Mata Atlântica, sendo encontrados espécimes, inclusive, na Bahia e em Santa Catarina. Entretanto, também se alimentarão dos pequenos pássaros que se prenderem em suas teias. Torço, então, para que os beija-flores sejam poupados (ainda não vi penas presas às armadilhas).
Se podem chegar a tamanhos assustadores, o veneno, por outro lado, não representa perigo para o homem.
Preocupamo-nos, no início, quanto às aranhinhas: se acasalarem, haverá centenas de pequeníssimas aranhas por todo o jardim. Um pequeno vão e a casa será invadida.
Como os hábitos da nova moradora não incluem, segundo consta, áreas internas, e como a porta possui protetor para a invasão de insetos, convivo com os bichinhos.
No último final de semana reparei em alguns pingos pretos no piso: excrementos. Quanto valerá a caçadora, seja por sua habilidade em se alimentar de insetos nocivos, seja quanto à sua exuberância?
Bem, por enquanto fiquem lá, todas elas. Podemos batizá-las (Maricota? Rajadinha? Filó?) e conviver em harmonia.
Se, entretanto, seus excrementos tornarem-se um incômodo ou resolverem elas sair de seus casulos-abrigos para passear - o que pode oferecer perigo aos moradores -, tenho uma boa desculpa para o extermínio: não são naturais do lugar e, portanto, não sou eu a intrusa. Sem sentimento de culpa, morrerão às vassouradas.
No último final de semana reparei em alguns pingos pretos no piso: excrementos. Quanto valerá a caçadora, seja por sua habilidade em se alimentar de insetos nocivos, seja quanto à sua exuberância?
Bem, por enquanto fiquem lá, todas elas. Podemos batizá-las (Maricota? Rajadinha? Filó?) e conviver em harmonia.
Se, entretanto, seus excrementos tornarem-se um incômodo ou resolverem elas sair de seus casulos-abrigos para passear - o que pode oferecer perigo aos moradores -, tenho uma boa desculpa para o extermínio: não são naturais do lugar e, portanto, não sou eu a intrusa. Sem sentimento de culpa, morrerão às vassouradas.
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Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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