O rapaz encantava-se por uma garota. Mais dia, menos dia, era ela convidada a conhecer a família dele. Agendavam um almoço no final de semana. No preparo dos pratos, a futura sogra tinha a companhia da solícita moça, a quem convidava a descascar algumas batatas.
Pois bem, este era um ritual
que se prestava à observação da menina: se tirasse cascas grossas das batatas, seria uma esposa que não dá valor ao dinheiro, que desperdiçaria o quanto o filho ganhasse; se não tirasse os olhos (os pequenos furinhos pretos) das batatas, era preguiçosa; se demorasse demais, era lerda e não tinha afinidade com a cozinha. Se, entretanto, em tempo razoável livrasse as batatas de suas cascas, deixando-as lisinhas, estaria aprovada, pois seria econômica e diligente.
O resultado seria comunicado ao filho: "Esta garota não serve a você" ou "Ela foi aprovada".
Minha mãe passou pelo teste da batatinha e contou-me o segredo.
Quando minha sogra examinava-me atentamente no descascar batatas, observei: "Não, Dona Alzira! A senhora não vai aplicar o teste das batatinhas! Eu uso o descascador. Trabalho, e muito!". E ri. Rimos, ambas. Estávamos casados, eu e seu filho, há muitos anos.
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Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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