Tomar iniciativas, aceitar desafios e compromissos.
Entre todas as metas, com certeza haverá uma com a qual você se identifique. Cidades e comunidades sustentáveis? Consumo e produção responsáveis? Vida na água?
Não podemos nos colocar na posição do que reclama, mas daquele que faz, que age.
O futuro depende do hoje.
Preâmbulo
Esta Agenda é um plano
de ação para as pessoas, para o planeta e para a...
prosperidade. Ela também busca
fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos que a erradicação
da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é
o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento
sustentável.
Todos os países e todas
as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este
plano. Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da
penúria e a curar e proteger o nosso planeta. Estamos determinados a tomar as
medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para
direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos
nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.
Os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que estamos anunciando hoje demonstram
a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Eles se constroem sobre o
legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e concluirão o que estes não
conseguiram alcançar. Eles buscam concretizar os direitos humanos de todos e
alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles
são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.
Os Objetivos e metas
estimularão a ação para os próximos 15 anos em áreas de importância crucial
para a humanidade e para o planeta:
Pessoas
Estamos determinados a
acabar com a pobreza e a fome, em todas as suas formas e dimensões, e garantir
que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial em dignidade e
igualdade, em um ambiente saudável.
Planeta
Estamos determinados a
proteger o planeta da degradação, sobretudo por meio do consumo e da produção
sustentáveis, da gestão sustentável dos seus recursos naturais e tomando
medidas urgentes sobre a mudança climática, para que ele possa suportar as
necessidades das gerações presentes e futuras.
Prosperidade
Estamos determinados a
assegurar que todos os seres humanos possam desfrutar de uma vida próspera e de
plena realização pessoal, e que o progresso econômico, social e tecnológico
ocorra em harmonia com a natureza.
Paz
Estamos determinados a
promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas que estão livres do medo e
da violência. Não pode haver desenvolvimento sustentável sem paz e não há paz
sem desenvolvimento sustentável.
Parceria
Estamos determinados a
mobilizar os meios necessários para implementar esta Agenda por meio de uma
Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável revitalizada, com base num
espírito de solidariedade global reforçada, concentrada em especial nas
necessidades dos mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos
os países, todas as partes interessadas e todas as pessoas.
Os vínculos e a natureza
integrada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são de importância
crucial para assegurar que o propósito da nova Agenda seja realizado. Se
realizarmos as nossas ambições em toda a extensão da Agenda, a vida de todos
será profundamente melhorada e nosso mundo será transformado para melhor.
Declaração
Introdução
1. Nós, chefes de Estado
e de Governo e altos representantes, reunidos na sede das Nações Unidas em Nova
York de 25 a 27 de setembro de 2015 no momento em que a Organização comemora
seu septuagésimo aniversário, decidimos hoje sobre os novos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável globais.
2. Em nome dos povos que
servimos, nós adotamos uma decisão histórica sobre um conjunto de Objetivos e
metas universais e transformadoras que é abrangente, de longo alcance e
centrado nas pessoas. Comprometemo-nos a trabalhar incansavelmente para a plena
implementação desta Agenda em 2030. Reconhecemos que a erradicação da pobreza
em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior
desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Estamos empenhados em alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três
dimensões – econômica, social e ambiental – de forma equilibrada e integrada.
Também vamos dar continuidade às conquistas dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio e buscar atingir suas metas inacabadas.
3. Nós resolvemos, entre
agora e 2030, acabar com a pobreza e a fome em todos os lugares; combater as
desigualdades dentro e entre os países; construir sociedades pacíficas, justas
e inclusivas; proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o
empoderamento das mulheres e meninas; e assegurar a proteção duradoura do
planeta e seus recursos naturais. Resolvemos também criar condições para um
crescimento sustentável, inclusivo e economicamente sustentado, prosperidade
compartilhada e trabalho decente para todos, tendo em conta os diferentes
níveis de desenvolvimento e capacidades nacionais.
4. Ao embarcarmos nesta
grande jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém será deixado para trás.
Reconhecendo a dignidade da pessoa humana como fundamental, queremos ver os
Objetivos e metas cumpridos para todas as nações e povos e para todos os
segmentos da sociedade. E faremos o possível para alcançar, em primeiro lugar,
aqueles que ficaram mais para trás.
5. Esta é uma Agenda de
alcance e significado sem precedentes. Ela é aceito por todos os países e é
aplicável a todos, levando em conta diferentes realidades nacionais,
capacidades e níveis de desenvolvimento e respeitando as políticas e
prioridades nacionais. Estes são objetivos e metas universais que envolvem todo
o mundo, igualmente os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Eles são
integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento
sustentável.
6. Os Objetivos e metas
são o resultado de mais de dois anos de consulta pública intensiva e
envolvimento junto à sociedade civil e outras partes interessadas em todo o
mundo, prestando uma atenção especial às vozes dos mais pobres e mais
vulneráveis. Esta consulta incluiu o valioso trabalho realizado pelo Grupo de
Trabalho Aberto sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Assembleia
Geral e pelas Nações Unidas, cujo secretário-geral apresentou um relatório
síntese em dezembro de 2014.
Nossa visão
7. Nestes Objetivos e
metas, estamos estabelecendo uma visão extremamente ambiciosa e transformadora.
Prevemos um mundo livre da pobreza, fome, doença e penúria, onde toda a vida
pode prosperar. Prevemos um mundo livre do medo e da violência. Um mundo com
alfabetização universal. Um mundo com o acesso equitativo e universal à
educação de qualidade em todos os níveis, aos cuidados de saúde e proteção
social, onde o bem-estar físico, mental e social estão assegurados. Um mundo em
que reafirmamos os nossos compromissos relativos ao direito humano à água
potável e ao saneamento e onde há uma melhor higiene; e onde o alimento é
suficiente, seguro, acessível e nutritivo. Um mundo onde habitats humanos são
seguros, resilientes e sustentáveis, e onde existe acesso universal à energia
acessível, confiável e sustentável.
8. Prevemos um mundo de
respeito universal dos direitos humanos e da dignidade humana, do Estado de
Direito, da justiça, da igualdade e da não discriminação; do respeito pela
raça, etnia e diversidade cultural; e da igualdade de oportunidades que permita
a plena realização do potencial humano e contribua para a prosperidade
compartilhada. Um mundo que investe em suas crianças e em que cada criança
cresce livre da violência e da exploração. Um mundo em que cada mulher e menina
desfruta da plena igualdade de gênero e no qual todos os entraves jurídicos,
sociais e econômicos para seu empoderamento foram removidos. Um mundo justo,
equitativo, tolerante, aberto e socialmente inclusivo em que sejam atendidas as
necessidades das pessoas mais vulneráveis.
9. Prevemos um mundo em
que cada país desfrute de um crescimento econômico sustentado, inclusivo e
sustentável e de trabalho decente para todos. Um mundo em que os padrões de
consumo e produção e o uso de todos os recursos naturais – do ar à terra; dos
rios, lagos e aquíferos aos oceanos e mares – são sustentáveis. Um mundo em que
a democracia, a boa governança e o Estado de Direito, bem como um ambiente
propício em níveis nacional e internacional, são essenciais para o
desenvolvimento sustentável, incluindo crescimento econômico inclusivo e
sustentado, desenvolvimento social, proteção ambiental e erradicação da pobreza
e da fome. Um mundo em que o desenvolvimento e a aplicação da tecnologia são
sensíveis ao clima, respeitem a biodiversidade e são resilientes. Um mundo em
que a humanidade viva em harmonia com a natureza e em que animais selvagens e
outras espécies vivas estão protegidos.
Nossos princípios e
compromissos compartilhados
10. A nova Agenda é
guiada pelos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o
pleno respeito pelo direito internacional. Fundamenta-se na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, tratados internacionais de direitos humanos, a
Declaração do Milênio e os resultados da Cúpula Mundial de 2005. Ela é
informada por outros instrumentos, tais como a Declaração sobre o Direito ao
Desenvolvimento.
11. Reafirmamos os
resultados de todas as grandes conferências e cúpulas das Nações Unidas que
estabeleceram uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e ajudaram a
moldar a nova Agenda. Estas incluem a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento; a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável; a Cúpula
Mundial para o Desenvolvimento Social; o Programa de Ação da Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento, a Plataforma de Ação de
Pequim; e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20). Reafirmamos também a continuidade dada a estas conferências,
incluindo os resultados da Quarta Conferência das Nações Unidas sobre os Países
Menos Desenvolvidos, a Terceira Conferência Internacional sobre Pequenos
Estados Insulares em Desenvolvimento; a Segunda Conferência das Nações Unidas
sobre Países em Desenvolvimento Sem Litoral; e da Terceira Conferência Mundial
da ONU sobre a Redução do Risco de Desastres.
12. Reafirmamos todos os
princípios da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
incluindo, entre outros, o princípio das responsabilidades comuns mas
diferenciadas, tal como estabelecido no princípio 7º desta Declaração.
13. Os desafios e
compromissos contidos nestas grandes conferências e cúpulas são
inter-relacionados e exigem soluções integradas. Para resolvê-los de forma
eficaz, é necessária uma nova abordagem. O desenvolvimento sustentável
reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, o
combate às desigualdades dentro dos e entre os países, a preservação do
planeta, a criação do crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável
e a promoção da inclusão social estão vinculados uns aos outros e são
interdependentes.
Nosso mundo hoje
14. Encontramo-nos num
momento de enormes desafios para o desenvolvimento sustentável. Bilhões de
cidadãos continuam a viver na pobreza e a eles é negada uma vida digna. Há
crescentes desigualdades dentro dos e entre os países. Há enormes disparidades
de oportunidades, riqueza e poder. A desigualdade de gênero continua a ser um
desafio fundamental. O desemprego, particularmente entre os jovens, é uma
grande preocupação. Ameaças globais de saúde, desastres naturais mais
frequentes e intensos, conflitos em ascensão, o extremismo violento, o
terrorismo e as crises humanitárias relacionadas e o deslocamento forçado de
pessoas ameaçam reverter grande parte do progresso do desenvolvimento feito nas
últimas décadas.
O esgotamento dos
recursos naturais e os impactos negativos da degradação ambiental, incluindo a
desertificação, secas, a degradação dos solos, a escassez de água doce e a
perda de biodiversidade acrescentam e exacerbam a lista de desafios que a
humanidade enfrenta. A mudança climática é um dos maiores desafios do nosso
tempo e seus efeitos negativos minam a capacidade de todos os países de
alcançar o desenvolvimento sustentável. Os aumentos na temperatura global, o
aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e outros impactos das
mudanças climáticas estão afetando seriamente as zonas costeiras e os países
costeiros de baixa altitude, incluindo muitos países menos desenvolvidos e os
pequenos Estados insulares em desenvolvimento. A sobrevivência de muitas
sociedades, bem como dos sistemas biológicos do planeta, está em risco.
15. Este é também, no
entanto, um momento de enorme oportunidade. Um progresso significativo foi
feito no cumprimento de muitos desafios ao desenvolvimento. Dentro da geração
passada, centenas de milhões de pessoas emergiram da pobreza extrema. O acesso
à educação aumentou consideravelmente tanto para meninos quanto para meninas. A
disseminação da informação e das tecnologias da comunicação e
interconectividade global tem um grande potencial para acelerar o progresso
humano, para eliminar o fosso digital e para o desenvolvimento de sociedades do
conhecimento, assim como a inovação científica e tecnológica em áreas tão diversas
como medicina e energia.
16. Quase quinze anos
atrás, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) foram acordados. Estes
forneceram um quadro importante para o desenvolvimento e um progresso
significativo foi feito em diversas áreas. Mas o progresso tem sido desigual,
particularmente na África, nos países menos desenvolvidos, nos países sem
litoral em desenvolvimento e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento,
e alguns dos ODM permanecem fora dos trilhos, em particular os relacionados com
a saúde materna, neonatal e infantil e à saúde reprodutiva. Nos comprometemos
com a plena realização de todos os ODM, incluindo os ODM não cumpridos, em
particular por meio da assistência focada e ampliada para os países menos
desenvolvidos e outros países em situações especiais, em conformidade com os
programas de apoio relevantes. A nova Agenda se baseia nos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio e pretende completar o que estes não alcançaram,
particularmente em alcançar os mais vulneráveis.
17. No seu âmbito de
aplicação, no entanto, o quadro que estamos anunciando hoje vai muito além dos
ODM. Ao lado das contínuas prioridades de desenvolvimento, tais como a
erradicação da pobreza, a saúde, a educação e a segurança alimentar e
nutricional, a nova Agenda define um vasto leque de objetivos econômicos,
sociais e ambientais. Ela também promete sociedades mais pacíficas e
inclusivas. E define também, fundamentalmente, meios de implementação.
Refletindo a abordagem integrada pela qual optamos, existem interconexões
profundas e muitos elementos transversais através dos novos Objetivos e metas.
A nova Agenda
18. Nós estamos
anunciando hoje 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com 169 metas
associadas que são integradas e indivisíveis. Nunca antes os líderes mundiais
comprometeram-se a uma ação comum e um esforço via uma agenda política tão
ampla e universal. Estamos criando juntos um caminho rumo ao desenvolvimento
sustentável, nos dedicando coletivamente à busca do desenvolvimento global e da
cooperação vantajosa para todos, que podem trazer enormes ganhos para todos os
países e todas as partes do mundo.
Reafirmamos que cada
Estado tem, e exerce livremente, sua soberania plena e permanente sobre toda a
sua riqueza, seus recursos naturais e sua atividade econômica. Vamos
implementar a Agenda para o pleno benefício de todos, para a geração de hoje e
para as gerações futuras. Ao fazê-lo, reafirmamos nosso compromisso com o
direito internacional e enfatizamos que a Agenda deverá ser implementada de uma
forma consistente com os direitos e obrigações dos Estados sob o direito
internacional.
19. Reafirmamos a
importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como outros
instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos e ao direito
internacional. Enfatizamos as responsabilidades de todos os Estados, em
conformidade com a Carta das Nações Unidas, de respeitar, proteger e promover
os direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distinção de
qualquer tipo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra
opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, deficiência ou
qualquer outra condição.
20. A efetivação da
igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas dará uma
contribuição essencial para o progresso em todos os Objetivos e metas. Alcançar
o potencial humano e do desenvolvimento sustentável não é possível se para
metade da humanidade continuam a ser negados seus plenos direitos humanos e
oportunidades. Mulheres e meninas devem gozar de igualdade de acesso à educação
de qualidade, recursos econômicos e participação política, bem como a igualdade
de oportunidades com os homens e meninos em termos de emprego, liderança e
tomada de decisões em todos os níveis.
Vamos trabalhar para um
aumento significativo dos investimentos para superar o hiato de gênero e
fortalecer o apoio a instituições em relação à igualdade de gênero e o
empoderamento das mulheres nos âmbitos global, regional e nacional. Todas as
formas de discriminação e violência contra as mulheres e meninas serão
eliminadas, incluindo por meio do engajamento de homens e meninos. A integração
sistemática da perspectiva de gênero na implementação da Agenda é crucial.
21. Os novos Objetivos e
metas entrarão em vigor no dia 1o de janeiro de 2016 e orientarão as decisões
que tomamos ao longo dos próximos quinze anos. Todos nós vamos trabalhar para
implementar a Agenda dentro de nossos próprios países e em nível regional e
global, tendo em conta as diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis
de desenvolvimento, e respeitando as políticas e prioridades nacionais.
Vamos respeitar o espaço
político nacional para um crescimento econômico sustentável, inclusivo e
sustentado, em particular para os países em desenvolvimento, mantendo-se
compatível com as regras e os compromissos internacionais relevantes. Também
reconhecemos a importância das dimensões regionais e sub-regionais, a
integração econômica regional e a interconexão no desenvolvimento sustentável.
Quadros regionais e sub-regionais podem facilitar a tradução eficaz de
políticas de desenvolvimento sustentável em ações concretas em nível nacional.
22. Cada país enfrenta
desafios específicos em sua busca do desenvolvimento sustentável. Os países
mais vulneráveis e, em particular, os países africanos, os países menos
desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral e os pequenos Estados
insulares em desenvolvimento merecem atenção especial, assim como os países em
situações de conflito e pós-conflito. Há também sérios desafios em muitos países
de renda média.
23. As pessoas que estão
vulneráveis devem ser empoderadas. Aqueles cujas necessidades são refletidas na
Agenda incluem todas as crianças, jovens, pessoas com deficiência (das quais
mais de 80% vivem na pobreza), as pessoas que vivem com HIV/AIDS, idosos, povos
indígenas, refugiados, pessoas deslocadas internamente e migrantes. Decidimos
tomar medidas e ações mais eficazes, em conformidade com o direito
internacional, para remover os obstáculos e as restrições, reforçar o apoio e
atender às necessidades especiais das pessoas que vivem em áreas afetadas por
emergências humanitárias complexas e em áreas afetadas pelo terrorismo.
24. Estamos empenhados
em acabar com a pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a
erradicação da pobreza extrema até 2030. Todas as pessoas devem desfrutar de um
padrão básico de vida, inclusive por meio de sistemas de proteção social.
Também estamos determinados a acabar com a fome e alcançar a segurança
alimentar como uma questão de prioridade e acabar com todas as formas de
desnutrição. Neste sentido, reafirmamos a importância do papel e a natureza
abrangente do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e damos as boas-vindas à
Declaração de Roma sobre Nutrição e o Quadro de Ação.
Vamos dedicar recursos para
o desenvolvimento das zonas rurais e à agricultura sustentável e à pesca,
apoiando os agricultores familiares, especialmente mulheres agricultoras,
criadores de animais e pescadores nos países em desenvolvimento,
particularmente nos países menos desenvolvidos.
25. Comprometemo-nos a
fornecer a educação inclusiva e equitativa de qualidade em todos os níveis – na
primeira infância, no primário e nos ensinos secundário, superior, técnico e
profissional. Todas as pessoas, independentemente do sexo, idade, raça, etnia,
e pessoas com deficiência, migrantes, povos indígenas, crianças e jovens,
especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, devem ter acesso a
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida que os ajudem a adquirir os
conhecimentos e habilidades necessários para explorar oportunidades e
participar plenamente da sociedade. Faremos o possível para proporcionar às
crianças e jovens um ambiente que propicie a plena realização dos seus direitos
e capacidades, ajudando nossos países a colher dividendos demográficos,
inclusive por meio de escolas seguras e de comunidades e famílias coesas.
26. Para promover a
saúde física e mental e o bem-estar, e para aumentar a expectativa de vida para
todos, temos de alcançar a cobertura universal de saúde e acesso a cuidados de
saúde de qualidade. Ninguém deve ser deixado para trás. Comprometemo-nos a
acelerar os progressos alcançados até o momento na redução da mortalidade
neonatal, infantil e materna, dando um fim a todas essas mortes evitáveis antes
de 2030.
Estamos empenhados em
garantir o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva,
inclusive para o planeamento familiar, para a informação e para a educação.
Iremos igualmente acelerar o ritmo dos progressos realizados na luta contra a
malária, HIV/AIDS, tuberculose, hepatite, ebola e outras doenças e epidemias
transmissíveis, incluindo a abordagem em relação à crescente resistência
antimicrobiana e o problema das doenças negligenciadas que afetam os países em
desenvolvimento. Estamos comprometidos com a prevenção e o tratamento de
doenças não transmissíveis, incluindo distúrbios de comportamento, de
desenvolvimento e neurológicas, que constituem um grande desafio para o
desenvolvimento sustentável.
27. Nós procuramos
construir fundamentos econômicos robustos para todos os nossos países.
Crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável é essencial para a
prosperidade. Isso só será possível se a riqueza for compartilhada e a
desigualdade de renda for combatida. Vamos trabalhar para construir economias
dinâmicas, sustentáveis, inovadoras e centradas nas pessoas, promovendo o
emprego dos jovens e o empoderamento econômico das mulheres, em particular, e o
trabalho decente para todos. Vamos erradicar o trabalho forçado e o tráfico
humano e pôr fim ao trabalho infantil em todas as suas formas. Todos os países
podem se beneficiar de ter uma força de trabalho saudável e bem-educada com o
conhecimento e as habilidades necessárias para o trabalho produtivo e
gratificante e a plena participação na sociedade.
Vamos fortalecer as
capacidades produtivas dos países menos desenvolvidos em todos os setores,
inclusive por meio de transformação estrutural. Vamos adotar políticas que
aumentem as capacidades de produção, a produtividade e o emprego produtivo; a inclusão
financeira; o desenvolvimento sustentável da agricultura, da pecuária e da
pesca; o desenvolvimento industrial sustentável; o acesso universal a serviços
energéticos acessíveis, confiáveis, sustentáveis e modernos; sistemas de
transporte sustentáveis; e infraestrutura de qualidade e resiliente.
28. Comprometemo-nos a
fazer mudanças fundamentais na maneira como nossas sociedades produzem e
consomem bens e serviços. Governos, organizações internacionais, setor
empresarial e outros atores não estatais e indivíduos devem contribuir para a
mudança de consumo e produção não sustentáveis, inclusive via mobilização, de
todas as fontes, de assistência financeira e técnica para fortalecer as
capacidades científicas, tecnológicas e de inovação dos países em desenvolvimento
para avançar rumo a padrões mais sustentáveis de consumo e produção. Nós
encorajamos a implementação do Quadro de Programas sobre Consumo e Produção
Sustentáveis, previsto para o prazo de 10 anos. Todos os países tomam medidas,
com os países desenvolvidos assumindo a liderança, levando em conta o
desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento.
29. Reconhecemos a
contribuição positiva dos migrantes para o crescimento inclusivo e o
desenvolvimento sustentável. Reconhecemos também que a migração internacional é
uma realidade multidimensional de grande relevância para o desenvolvimento dos
países de origem, de trânsito e de destino, o que exige respostas coerentes e
globais. Iremos cooperar internacionalmente para garantir uma migração segura,
ordenada e regular que envolve o pleno respeito pelos direitos humanos e o
tratamento humano dos migrantes, independentemente do status de migração, dos
refugiados e das pessoas deslocadas. Essa cooperação deverá também reforçar a
resiliência das comunidades que acolhem refugiados, particularmente nos países
em desenvolvimento. Destacamos o direito dos migrantes de regressar ao seu país
de cidadania, e recordamos que os Estados devem assegurar que os seus cidadãos
nacionais que estão retornando sejam devidamente recebidos.
30. Os Estados são
instados a abster-se de promulgar e aplicar medidas econômicas, financeiras ou
comerciais unilaterais que não estejam em conformidade com o direito
internacional e a Carta das Nações Unidas e que impeçam a plena realização do
desenvolvimento econômico e social, em particular nos países em
desenvolvimento.
31. Reconhecemos que a
UNFCCC [Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima] é o
principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a resposta
global à mudança climática. Estamos determinados a enfrentar decisivamente a
ameaça representada pela mudança climática e pela degradação ambiental. A
natureza global da mudança do clima requer a maior cooperação internacional
possível visando a acelerar a redução das emissões globais de gases de efeito
de estufa e abordar a adaptação aos impactos negativos das mudanças climáticas.
Notamos com grave
preocupação a diferença significativa entre o efeito agregado dos compromissos
de mitigação das Partes em termos de emissões anuais globais de gases de efeito
estufa até 2020 e as trajetórias das emissões agregadas consistentes, com uma
boa oportunidade para manter o aumento da temperatura média global abaixo de
2°C ou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
32. Tendo em vista a
conferência COP21 em Paris, em dezembro [de 2015], ressaltamos o compromisso de
todos os Estados de trabalhar para um acordo climático ambicioso e universal.
Reafirmamos que o protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado
com força legal ao abrigo da Convenção aplicável a todas as partes devem
abordar de forma equilibrada, inter alia, mitigação, adaptação, finanças,
desenvolvimento e transferência de tecnologia, capacitação e transparência de
ação e apoio.
33. Reconhecemos que o
desenvolvimento econômico e social depende da gestão sustentável dos recursos
naturais do nosso planeta. Estamos, portanto, decididos a conservar e utilizar
de forma sustentável os oceanos e mares, recursos de água doce, bem como
florestas, montanhas e terras áridas e proteger a biodiversidade, os
ecossistemas e a vida selvagem. Nós também estamos determinados a promover o
turismo sustentável, combater a escassez de água e a poluição da água,
fortalecer a cooperação sobre a desertificação, as tempestades de poeira, a
degradação dos solos e a seca e promover a resiliência e a redução do risco de
desastres. A este respeito, temos grande expectativa na COP13 da Convenção
sobre a Diversidade Biológica, a ser realizada no México em 2016.
34. Reconhecemos que o
desenvolvimento urbano e a gestão sustentáveis são fundamentais para a
qualidade de vida do nosso povo. Vamos trabalhar com as autoridades e as
comunidades locais para renovar e planejar nossas cidades e assentamentos
humanos, de modo a fomentar a coesão das comunidades e a segurança pessoal e
estimular a inovação e o emprego. Vamos reduzir os impactos negativos das
atividades urbanas e dos produtos químicos que são prejudiciais para a saúde
humana e para o ambiente, inclusive através da gestão ambientalmente racional e
a utilização segura das substâncias químicas, a redução e reciclagem de
resíduos e o uso mais eficiente de água e energia. E vamos trabalhar para
minimizar o impacto das cidades sobre o sistema climático global. Vamos também
ter em conta as tendências e projeções populacionais nas nossas estratégias de
desenvolvimento e políticas urbanas, rurais e nacionais. Temos grande
expectativa na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e
Desenvolvimento Urbano Sustentável em Quito, Equador.
35. O desenvolvimento
sustentável não pode ser realizado sem paz e segurança; e paz e segurança
estarão em risco sem o desenvolvimento sustentável. A nova Agenda reconhece a
necessidade de construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas que ofereçam
igualdade de acesso à justiça e que são baseadas no respeito aos direitos
humanos (incluindo o direito ao desenvolvimento), em um efetivo Estado de
Direito e boa governança em todos os níveis e em instituições transparentes,
eficazes e responsáveis. Fatores que dão origem à violência, insegurança e
injustiça, como a desigualdade, a corrupção, a má governança e os fluxos
financeiros e de armas ilegais, são abordados na Agenda.
Devemos redobrar os
nossos esforços para resolver ou prevenir conflitos e para apoiar os países em
situação de pós-conflito, incluindo por meio da garantia de que as mulheres
tenham um papel na construção da paz e do Estado. Fazemos um apelo para novas
medidas e ações efetivas a serem tomadas, em conformidade com o direito internacional,
para remover os obstáculos para a plena realização do direito de
autodeterminação dos povos que vivem sob ocupação colonial e estrangeira, que
continua a afetar negativamente o seu desenvolvimento econômico e
desenvolvimento social, bem como o seu ambiente.
36. Comprometemo-nos a
promover a compreensão intercultural, a tolerância, o respeito mútuo e uma
ética de cidadania global e responsabilidade compartilhada. Reconhecemos a
diversidade natural e cultural do mundo e reconhecemos que todas as culturas e
civilizações podem contribuir para, e constituem elementos cruciais de
desenvolvimento sustentável.
37. O esporte é também
um importante facilitador do desenvolvimento sustentável. Reconhecemos a
crescente contribuição do esporte para a realização do desenvolvimento e da paz
ao promover a tolerância e o respeito e as contribuições que fazem para o
empoderamento das mulheres e dos jovens, indivíduos e comunidades, bem como aos
objetivos da saúde, educação e inclusão social.
38. Reafirmamos, em conformidade
com a Carta das Nações Unidas, a necessidade de respeitar a integridade
territorial e a independência política dos Estados.
Meios de implementação
39. A escala e a ambição
da nova Agenda exige uma parceria global revitalizada para garantir a sua
execução. Nós nos comprometemos plenamente com isso. Esta parceria irá
trabalhar em um espírito de solidariedade global, em especial a solidariedade
com os mais pobres e com as pessoas em situações vulneráveis. Ele facilitará um
engajamento global intensivo em apoio à implementação de todos os Objetivos e
metas, reunindo governos, setor privado, sociedade civil, o Sistema das Nações
Unidas e outros atores e mobilizando todos os recursos disponíveis.
40. As metas sobre os
meios de implementação sob o Objetivo 17 e no âmbito de cada ODS [Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável] são fundamentais para a concretização da nossa
Agenda e são de igual importância em relação aos demais Objetivos e metas. A
Agenda, incluindo os ODS, pode ser cumprida no âmbito de uma parceria global
revitalizada para o desenvolvimento sustentável, apoiada pelas políticas e
ações concretas, conforme descrito no documento final da Terceira Conferência
Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, realizada em Adis
Abeba de 13 a 16 de julho de 2015. Congratulamo-nos com a aprovação pela
Assembleia Geral da Agenda de Ação de Adis Abeba, que é parte integrante da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Reconhecemos que a plena
implementação da Agenda de Ação de Adis Abeba é fundamental para a realização
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e suas metas.
41. Reconhecemos que
cada país é o principal responsável pelo seu próprio desenvolvimento econômico
e social. A nova Agenda lida com os meios necessários para a implementação dos
Objetivos e metas. Reconhecemos que estes incluem a mobilização de recursos
financeiros, bem como o reforço das capacidades e a transferência de
tecnologias ambientalmente adequadas para os países em desenvolvimento em
condições favoráveis, incluindo em condições concessionais e preferenciais, nos
termos mutuamente acordados. Finanças públicas, tanto nacionais como
internacionais, desempenharão um papel vital na prestação de serviços
essenciais e bens públicos e em catalisar outras fontes de financiamento.
Reconhecemos o papel do setor privado diverso, desde as microempresas e
cooperativas até as multinacionais, bem como o papel das organizações da
sociedade civil e as organizações filantrópicas na implementação da nova
Agenda.
42. Apoiamos a
implementação de estratégias e programas de ação relevantes, incluindo a
Declaração e Programa de Ação de Istambul, o Roteiro das Modalidades Aceleradas
de Ação dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SAMOA, na sigla em
inglês), o Programa de Ação de Viena para os Países em Desenvolvimento sem
Litoral para a Década 2014-2024, e reafirmamos a importância de apoiar a agenda
de 2063 da União Africana e o programa da Nova Parceria para o Desenvolvimento
da África (NEPAD), todos parte integrante da nova Agenda. Reconhecemos o grande
desafio para a conquista da paz duradoura e do desenvolvimento sustentável em
países em situações de conflito e pós-conflito.
43. Destacamos que o
financiamento público internacional desempenha um papel importante como
complemento dos esforços dos países para mobilizar os recursos públicos
internamente, especialmente nos países mais pobres e vulneráveis com recursos
internos limitados. Uma utilização importante do financiamento público
internacional, incluindo a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD, ou ODA
na sigla em inglês), é catalisar a mobilização de recursos adicionais de outras
fontes, públicas e privadas. Prestadores de AOD reafirmam os respectivos
compromissos, incluindo o compromisso de muitos países desenvolvidos, de
alcançar o objetivo de 0,7% de AOD no total da Renda Nacional Bruta [RNB] para
os países em desenvolvimento e de 0,15% a 0,2% da AOD/RNB para os países menos
desenvolvidos.
44. Reconhecemos a
importância de as instituições financeiras internacionais apoiarem, em
conformidade com os respectivos mandatos, o espaço político de cada país, em
particular dos países em desenvolvimento. Comprometemo-nos a ampliar e
fortalecer a voz e a participação dos países em desenvolvimento – incluindo os
países africanos, os países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento
sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países de
renda média – na tomada de decisão econômica, definição de normas
internacionais e governança econômica global.
45. Reconhecemos também
o papel essencial dos parlamentos nacionais através da promulgação de
legislação e adoção de orçamentos, bem como seu papel na garantia da
responsabilização para a implementação efetiva dos nossos compromissos.
Governos e instituições públicas também trabalharão em estreita colaboração na
implementação com as autoridades regionais e locais, as instituições
sub-regionais, instituições internacionais, universidades, organizações
filantrópicas, grupos de voluntários e outros.
46. Sublinhamos a
importância do papel e da vantagem comparativa de um Sistema das Nações Unidas
munido de recursos adequados, relevante, coerente, eficiente e eficaz no apoio
à realização dos ODS e do desenvolvimento sustentável. Embora destacando a
importância da apropriação nacional reforçada e da liderança em nível nacional,
expressamos o nosso apoio ao Diálogo do ECOSOC [Conselho Econômico e Social] em
curso sobre o posicionamento de longo prazo do sistema de desenvolvimento das
Nações Unidas no contexto dessa Agenda.
Acompanhamento e avaliação
47. Nossos governos têm
a responsabilidade primária de acompanhamento e avaliação, nos níveis nacional,
regional e global, em relação ao progresso alcançado na implementação dos
Objetivos e metas para os próximos 15 anos. Para apoiar a prestação de contas
aos nossos cidadãos, iremos fornecer um acompanhamento e avaliação sistemáticos
em vários níveis, tal como estabelecido nesta Agenda e na Agenda de Ação de
Adis Abeba. O Fórum Político de Alto Nível, sob os auspícios da Assembleia
Geral e do Conselho Econômico e Social [ECOSOC], terá o papel central na
supervisão do acompanhamento e da avaliação em nível global.
48. Indicadores estão
sendo desenvolvidos para ajudar neste trabalho. Dados desagregados de
qualidade, acessíveis, atualizados e confiáveis serão necessários para ajudar
na medição do progresso e para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Esses dados são a chave para a tomada de decisões. Dados e informações
disponíveis em mecanismos de comunicação devem ser usados sempre que possível.
Concordamos em
intensificar nossos esforços para reforçar as capacidades estatísticas nos
países em desenvolvimento, particularmente os países africanos, os países menos
desenvolvidos, os países em desenvolvimento sem litoral, os pequenos Estados
insulares em desenvolvimento e os países de renda média. Estamos comprometidos
em desenvolver medidas mais amplas de progresso para complementar o produto
interno bruto (PIB).
Um chamado à ação para mudar o
nosso mundo
49. Há setenta anos, uma
geração anterior de líderes mundiais se reuniu para criar as Nações Unidas. A
partir da divisão e das cinzas da guerra, eles formaram esta Organização e os
valores da paz, do diálogo e da cooperação internacional que a fundamentam. A
concretização suprema desses valores é a Carta das Nações Unidas.
50. Hoje nós também
estamos tomando uma decisão de grande significado histórico. Tomamos a decisão
de construir um futuro melhor para todas as pessoas, incluindo as milhões às
quais foi negada a chance de levar uma vida decente, digna e gratificante e de
alcançar seu pleno potencial humano. Nós podemos ser a primeira geração a ter
sucesso em acabar com a pobreza; assim como também pode ser a última a ter uma
chance de salvar o planeta. O mundo será um lugar melhor em 2030 se alcançarmos
os nossos objetivos.
51. O que estamos
anunciando hoje – uma Agenda para a ação global para os próximos quinze anos –
é uma carta para as pessoas e o planeta no século XXI. As crianças e as
mulheres e homens jovens são agentes fundamentais de mudança e encontrarão nos
novos Objetivos uma plataforma para canalizar as suas capacidades infinitas
pelo ativismo em prol da criação de um mundo melhor.
52. “Nós, os povos” são
as celebradas palavras de abertura da Carta da ONU. E são “nós os povos” que
estão embarcando hoje na estrada para 2030. Nossa jornada vai envolver
governos, bem como os parlamentos, o Sistema das Nações Unidas e outras
instituições internacionais, autoridades locais, povos indígenas, sociedade
civil, os negócios e o setor privado, a comunidade científica e acadêmica – e
todas as pessoas. Milhões já se envolveram com – e passarão a deter – esta
Agenda. É uma Agenda do povo, pelo povo e para o povo – e isto, acreditamos,
irá garantir o seu sucesso.
53. O futuro da
humanidade e do nosso planeta está em nossas mãos. Também está nas mãos da
geração mais jovem de hoje, que vai passar a tocha para as gerações futuras.
Temos mapeado o caminho para o desenvolvimento sustentável; será para todos
nós, para garantir que a jornada seja bem-sucedida e seus ganhos irreversíveis.
Objetivos e metas de
Desenvolvimento Sustentável
54. Na sequência de um
processo inclusivo de negociações intergovernamentais, e com base na proposta
do Grupo de Trabalho Aberto sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
que inclui um caput contextualizando este último, são os seguintes os Objetivos
e metas que acordamos.
55. Os ODS e metas são
integrados e indivisíveis, de natureza global e universalmente aplicáveis,
tendo em conta as diferentes realidades, capacidades e níveis de
desenvolvimento nacionais e respeitando as políticas e prioridades nacionais.
As metas são definidas como aspiracionais e globais, com cada governo definindo
suas próprias metas nacionais, guiados pelo nível global de ambição, mas
levando em conta as circunstâncias nacionais. Cada governo também vai decidir
como essas metas aspiracionais e globais devem ser incorporadas nos processos,
políticas e estratégias nacionais de planejamento. É importante reconhecer o
vínculo entre o desenvolvimento sustentável e outros processos relevantes em
curso nos campos econômico, social e ambiental.
56. Ao decidir sobre
esses Objetivos e metas, reconhecemos que cada país enfrenta desafios
específicos para alcançar o desenvolvimento sustentável, e ressaltamos os
desafios especiais que enfrentam os países mais vulneráveis e, em particular,
os países africanos, países menos desenvolvidos, os países em desenvolvimento
sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, bem como os desafios
específicos que enfrentam os países de renda média. Países em situações de
conflito também precisam de atenção especial.
57. Reconhecemos que os
dados de referência para várias das metas permanecem indisponíveis, e pedimos
um maior apoio para o fortalecimento da coleta de dados e do desenvolvimento de
capacidades nos Estados-membros para desenvolver dados de referência nacionais
e globais onde eles ainda não existam. Comprometemo-nos a corrigir essa falha
na coleta de dados, de modo a informar melhor a medição do progresso, em
particular para aquelas metas em que não há metas numéricas claras.
58. Nós encorajamos os
esforços em curso pelos Estados em outros fóruns para tratar de questões-chave
que representam potenciais desafios para a implementação da nossa Agenda; e nós
respeitamos os mandatos independentes desses processos. Pretendemos que a
Agenda e sua implementação possa apoiar, sem prejudicá-los, estes outros
processos e as decisões aí tomadas.
59. Reconhecemos que
existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para
cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais, para
alcançar o desenvolvimento sustentável; e reafirmamos que o planeta Terra e
seus ecossistemas são a nossa casa comum e que a ‘Mãe Terra’ é uma expressão
comum em vários países e regiões.
Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável
Objetivo 1. Acabar com a
pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
1.1 Até 2030, erradicar
a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida
como pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia
1.2 Até 2030, reduzir
pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as
idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as
definições nacionais
1.3 Implementar, em
nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos,
incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e
vulneráveis
1.4 Até 2030, garantir
que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tenham
direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos,
propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança,
recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros,
incluindo microfinanças
1.5 Até 2030, construir
a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a
exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima
e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais
1.a Garantir uma
mobilização significativa de recursos a partir de uma variedade de fontes,
inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, para
proporcionar meios adequados e previsíveis para que os países em desenvolvimento,
em particular os países menos desenvolvidos, implementem programas e políticas
para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões
1.b Criar marcos
políticos sólidos em níveis nacional, regional e internacional, com base em
estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sensíveis a gênero, para
apoiar investimentos acelerados nas ações de erradicação da pobreza
Objetivo 2. Acabar com a fome,
alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura
sustentável
2.1 Até 2030, acabar com
a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e
pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros,
nutritivos e suficientes durante todo o ano
2.2 Até 2030, acabar com
todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas
internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos
de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres
grávidas e lactantes e pessoas idosas
2.3 Até 2030, dobrar a
produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos,
particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares,
pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra,
outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros,
mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola
2.4 Até 2030, garantir
sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas
resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os
ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas,
às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e
que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo
2.5 Até 2020, manter a
diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e
domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de
bancos de sementes e plantas diversificados e bem geridos em nível nacional,
regional e internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa
dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos
tradicionais associados, como acordado internacionalmente
2.a Aumentar o investimento,
inclusive via o reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural,
pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desenvolvimento de tecnologia, e os
bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção
agrícola nos países em desenvolvimento, em particular nos países menos
desenvolvidos
2.b Corrigir e prevenir
as restrições ao comércio e distorções nos mercados agrícolas mundiais,
incluindo a eliminação paralela de todas as formas de subsídios à exportação e
todas as medidas de exportação com efeito equivalente, de acordo com o mandato
da Rodada de Desenvolvimento de Doha
2.c Adotar medidas para
garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e
seus derivados, e facilitar o acesso oportuno à informação de mercado,
inclusive sobre as reservas de alimentos, a fim de ajudar a limitar a
volatilidade extrema dos preços dos alimentos
Objetivo 3. Assegurar uma vida
saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
3.1 Até 2030, reduzir a
taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos
vivos
3.2 Até 2030, acabar com
as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos
os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por
1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo
menos 25 por 1.000 nascidos vivos
3.3 Até 2030, acabar com
as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas,
e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças
transmissíveis
3.4 Até 2030, reduzir em
um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e
tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar
3.5 Reforçar a prevenção
e o tratamento do abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas
entorpecentes e uso nocivo do álcool
3.6 Até 2020, reduzir
pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas
3.7 Até 2030, assegurar
o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o
planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde
reprodutiva em estratégias e programas nacionais
3.8 Atingir a cobertura
universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a
serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas
essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos
3.9 Até 2030, reduzir
substancialmente o número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos,
contaminação e poluição do ar e água do solo
3.a Fortalecer a
implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco em todos os países,
conforme apropriado
3.b Apoiar a pesquisa e
o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e
não transmissíveis, que afetam principalmente os países em desenvolvimento,
proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços acessíveis,
de acordo com a Declaração de Doha, que afirma o direito dos países em
desenvolvimento de utilizarem plenamente as disposições do acordo TRIPS sobre
flexibilidades para proteger a saúde pública e, em particular, proporcionar o
acesso a medicamentos para todos
3.c Aumentar
substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e
formação, e retenção do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento,
especialmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados insulares
em desenvolvimento
3.d Reforçar a
capacidade de todos os países, particularmente os países em desenvolvimento,
para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e
globais de saúde
Objetivo 4. Assegurar a
educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos
4.1 Até 2030, garantir
que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre,
equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes
e eficazes
4.2 Até 2030, garantir
que todos as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade
na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que eles estejam
prontos para o ensino primário
4.3 Até 2030, assegurar
a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica,
profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo
universidade
4.4 Até 2030, aumentar
substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades
relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego,
trabalho decente e empreendedorismo
4.5 Até 2030, eliminar
as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos
os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis,
incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação
de vulnerabilidade
4.6 Até 2030, garantir
que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos, homens e mulheres
estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática
4.7 Até 2030, garantir
que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para
promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da
educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis,
direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não
violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da
contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável
4.a Construir e melhorar
instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às
deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros
e não violentos, inclusivos e eficazes para todos
4.b Até 2020,
substancialmente ampliar globalmente o número de bolsas de estudo para os
países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos,
pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países africanos, para o
ensino superior, incluindo programas de formação profissional, de tecnologia da
informação e da comunicação, técnicos, de engenharia e programas científicos em
países desenvolvidos e outros países em desenvolvimento
4.c Até 2030,
substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive
por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países
em desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos e pequenos
Estados insulares em desenvolvimento
Objetivo 5. Alcançar a
igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
5.1 Acabar com todas as
formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte
5.2 Eliminar todas as
formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e
privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos
5.3 Eliminar todas as
práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças e
mutilações genitais femininas
5.4 Reconhecer e
valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da
disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção
social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e
da família, conforme os contextos nacionais
5.5 Garantir a
participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a
liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e
pública
5.6 Assegurar o acesso
universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como
acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional
sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os
documentos resultantes de suas conferências de revisão
5.a Realizar reformas
para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso
a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços
financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais
5.b Aumentar o uso de
tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação,
para promover o empoderamento das mulheres
5.c Adotar e fortalecer
políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero
e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis
Objetivo 6. Assegurar a
disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos
6.1 Até 2030, alcançar o
acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos
6.2 Até 2030, alcançar o
acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com
a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das
mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade
6.3 Até 2030, melhorar a
qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a
liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a
proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a
reciclagem e reutilização segura globalmente
6.4 Até 2030, aumentar
substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar
retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez
de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a
escassez de água
6.5 Até 2030,
implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis,
inclusive via cooperação transfronteiriça, conforme apropriado
6.6 Até 2020, proteger e
restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas,
zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos
6.a Até 2030, ampliar a
cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em
desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento,
incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o
tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso
6.b Apoiar e fortalecer
a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do
saneamento
Objetivo 7. Assegurar o acesso
confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos
7.1 Até 2030, assegurar
o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de
energia
7.2 Até 2030, aumentar
substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética
global
7.3 Até 2030, dobrar a
taxa global de melhoria da eficiência energética
7.a Até 2030, reforçar a
cooperação internacional para facilitar o acesso a pesquisa e tecnologias de
energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência energética e
tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas, e promover o
investimento em infraestrutura de energia e em tecnologias de energia limpa
7.b Até 2030, expandir a
infraestrutura e modernizar a tecnologia para o fornecimento de serviços de
energia modernos e sustentáveis para todos nos países em desenvolvimento,
particularmente nos países menos desenvolvidos, nos pequenos Estados insulares
em desenvolvimento e nos países em desenvolvimento sem litoral, de acordo com
seus respectivos programas de apoio
Objetivo 8. Promover o
crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e
produtivo e trabalho decente para todos
8.1 Sustentar o
crescimento econômico per capita de acordo com as circunstâncias nacionais e,
em particular, um crescimento anual de pelo menos 7% do produto interno bruto
[PIB] nos países menos desenvolvidos
8.2 Atingir níveis mais
elevados de produtividade das economias por meio da diversificação, modernização
tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco em setores de alto valor
agregado e dos setores intensivos em mão de obra
8.3 Promover políticas
orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração
de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a
formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive
por meio do acesso a serviços financeiros
8.4 Melhorar
progressivamente, até 2030, a eficiência dos recursos globais no consumo e na
produção, e empenhar-se para dissociar o crescimento econômico da degradação
ambiental, de acordo com o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo
Sustentáveis, com os países desenvolvidos assumindo a liderança
8.5 Até 2030, alcançar o
emprego pleno e produtivo e trabalho decente todas as mulheres e homens,
inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para
trabalho de igual valor
8.6 Até 2020, reduzir
substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação
8.7 Tomar medidas
imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão
moderna e o tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores
formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de
crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas
formas
8.8 Proteger os direitos
trabalhistas e promover ambientes de trabalho seguros e protegidos para todos
os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em particular as
mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários
8.9 Até 2030, elaborar e
implementar políticas para promover o turismo sustentável, que gera empregos e
promove a cultura e os produtos locais
8.10 Fortalecer a
capacidade das instituições financeiras nacionais para incentivar a expansão do
acesso aos serviços bancários, de seguros e financeiros para todos
8.a Aumentar o apoio da
Iniciativa de Ajuda para o Comércio [Aid for Trade] para os países em
desenvolvimento, particularmente os países menos desenvolvidos, inclusive por
meio do Quadro Integrado Reforçado para a Assistência Técnica Relacionada com o
Comércio para os países menos desenvolvidos
8.b Até 2020,
desenvolver e operacionalizar uma estratégia global para o emprego dos jovens e
implementar o Pacto Mundial para o Emprego da Organização Internacional do
Trabalho [OIT]
Objetivo 9. Construir
infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e
sustentável e fomentar a inovação
9.1 Desenvolver
infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente, incluindo
infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento
econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços
acessíveis para todos
9.2 Promover a
industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar
significativamente a participação da indústria no setor de emprego e no PIB, de
acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua participação nos países
menos desenvolvidos
9.3 Aumentar o acesso
das pequenas indústrias e outras empresas, particularmente em países em
desenvolvimento, aos serviços financeiros, incluindo crédito acessível e sua
integração em cadeias de valor e mercados
9.4 Até 2030, modernizar
a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com
eficiência aumentada no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e
processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países
atuando de acordo com suas respectivas capacidades
9.5 Fortalecer a
pesquisa científica, melhorar as capacidades tecnológicas de setores
industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento,
inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o
número de trabalhadores de pesquisa e desenvolvimento por milhão de pessoas e
os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento
9.a Facilitar o
desenvolvimento de infraestrutura sustentável e resiliente em países em
desenvolvimento, por meio de maior apoio financeiro, tecnológico e técnico aos
países africanos, aos países menos desenvolvidos, aos países em desenvolvimento
sem litoral e aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento
9.b Apoiar o
desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nacionais nos países em
desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre
outras coisas, a diversificação industrial e a agregação de valor às
commodities
9.c Aumentar
significativamente o acesso às tecnologias de informação e comunicação e se
empenhar para oferecer acesso universal e a preços acessíveis à internet nos
países menos desenvolvidos, até 2020
Objetivo 10. Reduzir a
desigualdade dentro dos países e entre eles
10.1 Até 2030,
progressivamente alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da
população mais pobre a uma taxa maior que a média nacional
10.2 Até 2030, empoderar
e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente
da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição
econômica ou outra
10.3 Garantir a igualdade
de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive por meio
da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de
legislação, políticas e ações adequadas a este respeito
10.4 Adotar políticas,
especialmente fiscal, salarial e de proteção social, e alcançar
progressivamente uma maior igualdade
10.5 Melhorar a
regulamentação e monitoramento dos mercados e instituições financeiras globais
e fortalecer a implementação de tais regulamentações
10.6 Assegurar uma
representação e voz mais forte dos países em desenvolvimento em tomadas de
decisão nas instituições econômicas e financeiras internacionais globais, a fim
de produzir instituições mais eficazes, críveis, responsáveis e legítimas
10.7 Facilitar a
migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas,
inclusive por meio da implementação de políticas de migração planejadas e bem
geridas
10.a Implementar o
princípio do tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento,
em particular os países menos desenvolvidos, em conformidade com os acordos da
OMC
10.b Incentivar a
assistência oficial ao desenvolvimento e fluxos financeiros, incluindo o
investimento externo direto, para os Estados onde a necessidade é maior, em
particular os países menos desenvolvidos, os países africanos, os pequenos
Estados insulares em desenvolvimento e os países em desenvolvimento sem
litoral, de acordo com seus planos e programas nacionais
10.c Até 2030, reduzir
para menos de 3% os custos de transação de remessas dos migrantes e eliminar os
corredores de remessas com custos superiores a 5%
Objetivo 11. Tornar as cidades
e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
11.1 Até 2030, garantir
o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos
serviços básicos e urbanizar as favelas
11.2 Até 2030,
proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis,
sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária
por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as
necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças,
pessoas com deficiência e idosos
11.3 Até 2030, aumentar
a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e
gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em
todos os países
11.4 Fortalecer esforços
para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo
11.5 Até 2030, reduzir
significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por
catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas
por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres
relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação
de vulnerabilidade
11.6 Até 2030, reduzir o
impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial
atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros
11.7 Até 2030,
proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos,
acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas
idosas e pessoas com deficiência
11.a Apoiar relações
econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e
rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento
11.b Até 2020, aumentar
substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e
implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos
recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a
desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a
Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de
desastres em todos os níveis
11.c Apoiar os países
menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira,
para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais
Objetivo 12. Assegurar padrões
de produção e de consumo sustentáveis
12.1 Implementar o Plano
Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países
tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em
conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento
12.2 Até 2030, alcançar
a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais
12.3 Até 2030, reduzir
pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo
e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de
produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita
12.4 Até 2020, alcançar
o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao
longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais
acordados, e reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e
solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio
ambiente
12.5 Até 2030, reduzir
substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução,
reciclagem e reuso
12.6 Incentivar as
empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas
sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de
relatórios
12.7 Promover práticas
de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades
nacionais
12.8 Até 2030, garantir
que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e
conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em
harmonia com a natureza
12.a Apoiar países em
desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para
mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo
12.b Desenvolver e
implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento
sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e
os produtos locais
12.c Racionalizar
subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo
exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias
nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual
desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refletir os seus impactos
ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições
dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos
sobre o seu desenvolvimento de uma forma que proteja os pobres e as comunidades
afetadas
Objetivo 13. Tomar medidas
urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos (*)
13.1 Reforçar a
resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às
catástrofes naturais em todos os países
13.2 Integrar medidas da
mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais
13.3 Melhorar a
educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional
sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do
clima
13.a Implementar o
compromisso assumido pelos países desenvolvidos partes da Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] para a meta de mobilizar
conjuntamente US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes,
para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das
ações de mitigação significativas e transparência na implementação; e
operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua
capitalização o mais cedo possível
13.b Promover mecanismos
para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do
clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em
mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas
(*) Reconhecendo que a
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum
internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à
mudança do clima.
Objetivo 14. Conservação e uso
sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável
14.1 Até 2025, prevenir
e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos,
especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e
a poluição por nutrientes
14.2 Até 2020, gerir de
forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar
impactos adversos significativos, inclusive por meio do reforço da sua
capacidade de resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fim de
assegurar oceanos saudáveis e produtivos
14.3 Minimizar e
enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por meio do
reforço da cooperação científica em todos os níveis
14.4 Até 2020,
efetivamente regular a coleta, e acabar com a sobrepesca, ilegal, não reportada
e não regulamentada e as práticas de pesca destrutivas, e implementar planos de
gestão com base científica, para restaurar populações de peixes no menor tempo
possível, pelo menos a níveis que possam produzir rendimento máximo
sustentável, como determinado por suas características biológicas
14.5 Até 2020, conservar
pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação
nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível
14.6 Até 2020, proibir
certas formas de subsídios à pesca, que contribuem para a sobrecapacidade e a
sobrepesca, e eliminar os subsídios que contribuam para a pesca ilegal, não
reportada e não regulamentada, e abster-se de introduzir novos subsídios como estes,
reconhecendo que o tratamento especial e diferenciado adequado e eficaz para os
países em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos deve ser parte
integrante da negociação sobre subsídios à pesca da Organização Mundial do
Comércio
14.7 Até 2030, aumentar
os benefícios econômicos para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento
e os países menos desenvolvidos, a partir do uso sustentável dos recursos
marinhos, inclusive por meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e
turismo
14.a Aumentar o
conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir
tecnologia marinha, tendo em conta os critérios e orientações sobre a
Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão Oceanográfica
Intergovernamental, a fim de melhorar a saúde dos oceanos e aumentar a
contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento dos países em
desenvolvimento, em particular os pequenos Estados insulares em desenvolvimento
e os países menos desenvolvidos
14.b Proporcionar o
acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e
mercados
14.c Assegurar a
conservação e o uso sustentável dos oceanos e seus recursos pela implementação
do direito internacional, como refletido na UNCLOS [Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar], que provê o arcabouço legal para a conservação e
utilização sustentável dos oceanos e dos seus recursos, conforme registrado no
parágrafo 158 do “Futuro Que Queremos”
Objetivo 15. Proteger,
recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de
forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a
degradação da terra e deter a perda de biodiversidade
15.1 Até 2020, assegurar
a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de
água doce interiores e seus serviços, em especial florestas, zonas úmidas,
montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos
acordos internacionais
15.2 Até 2020, promover
a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o
desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar substancialmente o
florestamento e o reflorestamento globalmente
15.3 Até 2030, combater
a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos
afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um
mundo neutro em termos de degradação do solo
15.4 Até 2030, assegurar
a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade,
para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios que são essenciais
para o desenvolvimento sustentável
15.5 Tomar medidas
urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, deter
a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies
ameaçadas
15.6 Garantir uma
repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos
recursos genéticos e promover o acesso adequado aos recursos genéticos
15.7 Tomar medidas
urgentes para acabar com a caça ilegal e o tráfico de espécies da flora e fauna
protegidas e abordar tanto a demanda quanto a oferta de produtos ilegais da
vida selvagem
15.8 Até 2020,
implementar medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o
impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e aquáticos,
e controlar ou erradicar as espécies prioritárias
15.9 Até 2020, integrar
os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e
local, nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de redução da pobreza
e nos sistemas de contas
15.a Mobilizar e
aumentar significativamente, a partir de todas as fontes, os recursos
financeiros para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos
ecossistemas
15.b Mobilizar recursos
significativos de todas as fontes e em todos os níveis para financiar o manejo
florestal sustentável e proporcionar incentivos adequados aos países em
desenvolvimento para promover o manejo florestal sustentável, inclusive para a
conservação e o reflorestamento
15.c Reforçar o apoio
global para os esforços de combate à caça ilegal e ao tráfico de espécies
protegidas, inclusive por meio do aumento da capacidade das comunidades locais
para buscar oportunidades de subsistência sustentável
Objetivo 16. Promover
sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em todos os níveis
16.1 Reduzir
significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade
relacionada em todos os lugares
16.2 Acabar com abuso,
exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças
16.3 Promover o Estado
de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso
à justiça para todos
16.4 Até 2030, reduzir
significativamente os fluxos financeiros e de armas ilegais, reforçar a
recuperação e devolução de recursos roubados e combater todas as formas de
crime organizado
16.5 Reduzir
substancialmente a corrupção e o suborno em todas as suas formas
16.6 Desenvolver instituições
eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis
16.7 Garantir a tomada
de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa em todos os
níveis
16.8 Ampliar e
fortalecer a participação dos países em desenvolvimento nas instituições de
governança global
16.9 Até 2030, fornecer
identidade legal para todos, incluindo o registro de nascimento
16.10 Assegurar o acesso
público à informação e proteger as liberdades fundamentais, em conformidade com
a legislação nacional e os acordos internacionais
16.a Fortalecer as
instituições nacionais relevantes, inclusive por meio da cooperação
internacional, para a construção de capacidades em todos os níveis, em
particular nos países em desenvolvimento, para a prevenção da violência e o
combate ao terrorismo e ao crime
16.b Promover e fazer
cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desenvolvimento
sustentável
Objetivo 17. Fortalecer os
meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável
Finanças
17.1 Fortalecer a
mobilização de recursos internos, inclusive por meio do apoio internacional aos
países em desenvolvimento, para melhorar a capacidade nacional para arrecadação
de impostos e outras receitas
17.2 Países
desenvolvidos implementarem plenamente os seus compromissos em matéria de
assistência oficial ao desenvolvimento [AOD], inclusive fornecer 0,7% da renda
nacional bruta [RNB] em AOD aos países em desenvolvimento, dos quais 0,15% a
0,20% para os países menos desenvolvidos; provedores de AOD são encorajados a
considerar a definir uma meta para fornecer pelo menos 0,20% da renda nacional
bruta em AOD para os países menos desenvolvidos
17.3 Mobilizar recursos
financeiros adicionais para os países em desenvolvimento a partir de múltiplas
fontes
17.4 Ajudar os países em
desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo por meio
de políticas coordenadas destinadas a promover o financiamento, a redução e a
reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países
pobres altamente endividados para reduzir o superendividamento
17.5 Adotar e
implementar regimes de promoção de investimentos para os países menos
desenvolvidos
Tecnologia
17.6 Melhorar a
cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular regional e internacional e o acesso
à ciência, tecnologia e inovação, e aumentar o compartilhamento de
conhecimentos em termos mutuamente acordados, inclusive por meio de uma melhor
coordenação entre os mecanismos existentes, particularmente no nível das Nações
Unidas, e por meio de um mecanismo de facilitação de tecnologia global
17.7 Promover o
desenvolvimento, a transferência, a disseminação e a difusão de tecnologias
ambientalmente corretas para os países em desenvolvimento, em condições
favoráveis, inclusive em condições concessionais e preferenciais, conforme
mutuamente acordado
17.8 Operacionalizar
plenamente o Banco de Tecnologia e o mecanismo de capacitação em ciência,
tecnologia e inovação para os países menos desenvolvidos até 2017, e aumentar o
uso de tecnologias de capacitação, em particular das tecnologias de informação
e comunicação
Capacitação
17.9 Reforçar o apoio
internacional para a implementação eficaz e orientada da capacitação em países
em desenvolvimento, a fim de apoiar os planos nacionais para implementar todos
os objetivos de desenvolvimento sustentável, inclusive por meio da cooperação
Norte-Sul, Sul-Sul e triangular
Comércio
17.10 Promover um
sistema multilateral de comércio universal, baseado em regras, aberto, não
discriminatório e equitativo no âmbito da Organização Mundial do Comércio,
inclusive por meio da conclusão das negociações no âmbito de sua Agenda de
Desenvolvimento de Doha
17.11 Aumentar
significativamente as exportações dos países em desenvolvimento, em particular
com o objetivo de duplicar a participação dos países menos desenvolvidos nas
exportações globais até 2020
17.12 Concretizar a
implementação oportuna de acesso a mercados livres de cotas e taxas, de forma
duradoura, para todos os países menos desenvolvidos, de acordo com as decisões
da OMC, inclusive por meio de garantias de que as regras de origem
preferenciais aplicáveis às importações provenientes de países menos
desenvolvidos sejam transparentes e simples, e contribuam para facilitar o
acesso ao mercado
Questões sistêmicas
Coerência de políticas e
institucional
17.13 Aumentar a
estabilidade macroeconômica global, inclusive por meio da coordenação e da
coerência de políticas
17.14 Aumentar a
coerência das políticas para o desenvolvimento sustentável
17.15 Respeitar o espaço
político e a liderança de cada país para estabelecer e implementar políticas
para a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável
As parcerias multissetoriais
17.16 Reforçar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável, complementada por parcerias
multissetoriais que mobilizem e compartilhem conhecimento, expertise,
tecnologia e recursos financeiros, para apoiar a realização dos objetivos do
desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente nos países em
desenvolvimento
17.17 Incentivar e
promover parcerias públicas, público-privadas e com a sociedade civil eficazes,
a partir da experiência das estratégias de mobilização de recursos dessas
parcerias
Dados, monitoramento e
prestação de contas
17.18 Até 2020, reforçar
o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento, inclusive para os
países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento,
para aumentar significativamente a disponibilidade de dados de alta qualidade,
atuais e confiáveis, desagregados por renda, gênero, idade, raça, etnia, status
migratório, deficiência, localização geográfica e outras características
relevantes em contextos nacionais
17.19 Até 2030, valer-se
de iniciativas existentes para desenvolver medidas do progresso do
desenvolvimento sustentável que complementem o o produto interno bruto [PIB] e
apoiem a capacitação estatística nos países em desenvolvimento
Meios de implementação e
a Parceria Global
60. Reafirmamos nosso
firme compromisso com a plena implementação desta nova Agenda. Reconhecemos que
não vamos ser capazes de alcançar nossos Objetivos e metas ambiciosas sem uma
Parceria Global revitalizada e reforçada e de meios de implementação
comparativamente ambiciosos. A Parceria Global revitalizada facilitará um
envolvimento global intensivo em apoio à implementação de todos os Objetivos e
metas, reunindo governos, sociedade civil, setor privado, o Sistema das Nações
Unidas e outros atores e mobilizando todos os recursos disponíveis.
61. Os Objetivos e metas
da Agenda lidam com os meios necessários para concretizar as nossas ambições
coletivas. Os meios implementação das metas sob cada ODS e sob o Objetivo 17,
acima mencionados, são fundamentais para a concretização da nossa Agenda e são
de igual importância em relação aos outros Objetivos e metas. Devemos
conceder-lhes a mesma prioridade em nossos esforços de implementação e no
quadro indicador global para o monitoramento de nosso progresso.
62. Esta Agenda,
incluindo os ODS, pode ser cumprida no âmbito de uma parceria global revitalizada
para o desenvolvimento sustentável, apoiada pelas políticas e ações concretas
delineadas na Agenda de Ação de Adis Abeba, que é parte integrante da Agenda
2030 para o desenvolvimento sustentável. A Agenda de Ação de Adis Abeba apoia,
complementa e ajuda a contextualizar as metas sobre meios de implementação da
Agenda 2030. Estas dizem respeito aos recursos nacionais públicos, empresas
privadas e financeiras nacionais e internacionais, cooperação para o
desenvolvimento internacional, comércio internacional como motor para o
desenvolvimento, a dívida e sustentabilidade da dívida, abordando questões
sistêmicas e da ciência, tecnologia, inovação e capacitação, e de dados,
monitoramento e acompanhamento.
63. Estratégias de
desenvolvimento sustentável coesas e nacionalmente apropriadas, apoiadas por
quadros de financiamento nacionais integrados, estarão no centro dos nossos
esforços. Reiteramos que cada país é o responsável primário pelo seu próprio
desenvolvimento econômico e social e que o papel das políticas e estratégias de
desenvolvimento nacionais não podem ser ressaltadas o suficiente. Vamos
respeitar o espaço das políticas e a liderança de cada país para implementar
políticas de erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável,
mantendo-se compatível com as regras e os compromissos internacionais
relevantes.
Ao mesmo tempo, os
esforços nacionais de desenvolvimento precisam de ser apoiados por um ambiente
econômico internacional favorável, inclusive um comércio mundial coerente e
mutuamente apoiado, sistemas monetários e financeiros, e governança econômica
global reforçada e melhorada. Processos para desenvolver e facilitar a
disponibilidade de conhecimentos e tecnologias apropriadas em nível global, bem
como a construção de capacitação, também são fundamentais. Comprometemo-nos a
buscar a coerência política e um ambiente propício para o desenvolvimento
sustentável em todos os níveis e por todos os atores, e revigorar a parceria
global para o desenvolvimento sustentável.
64. Apoiamos a
implementação de estratégias e programas de ação relevantes, incluindo a
Declaração e Programa de Ação de Istambul, o Roteiro das Modalidades Aceleradas
de Ação dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SAMOA, na sigla em
inglês), o Programa de Ação de Viena para os Países em Desenvolvimento sem
Litoral para a Década 2014-2024, e reafirmamos a importância de apoiar a agenda
de 2063 da União Africana e o programa da Nova Parceria para o Desenvolvimento
da África (NEPAD), todos parte integrante da nova Agenda. Reconhecemos o grande
desafio para a conquista da paz duradoura e do desenvolvimento sustentável em
países em situações de conflito e pós-conflito.
65. Reconhecemos que os
países de renda média ainda enfrentam desafios significativos para alcançar o
desenvolvimento sustentável. A fim de garantir que os resultados alcançados até
o momento sejam sustentados, os esforços para enfrentar os desafios em curso
devem ser reforçados por meio da troca de experiências, uma melhor coordenação
e um apoio melhor e direcionado do Sistema de Desenvolvimento das Nações
Unidas, das instituições financeiras internacionais, das organizações regionais
e de outros parceiros.
66. Ressaltamos que,
para todos os países, as políticas públicas e a mobilização e uso eficaz dos
recursos domésticos, sob o princípio da apropriação nacional, são fundamentais
para a nossa busca comum do desenvolvimento sustentável, incluindo o alcance
dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Reconhecemos que os recursos
internos são gerados sobretudo pelo crescimento econômico, apoiado por um
ambiente propício em todos os níveis.
67. A atividade
empresarial privada, o investimento e a inovação são os principais
impulsionadores da produtividade, do crescimento econômico inclusivo e da
criação de emprego. Reconhecemos a diversidade do setor privado, que vai desde
as microempresas e cooperativas às multinacionais. Convocamos todas as empresas
a aplicar sua criatividade e inovação na resolução dos desafios do
desenvolvimento sustentável. Vamos promover um setor empresarial dinâmico e
funcional, ao mesmo tempo em que protegemos os direitos trabalhistas e as
normas ambientais e sanitárias em conformidade com as normas e acordos
internacionais relevantes e outras iniciativas em curso a este respeito, tais
como os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos e as normas
de trabalho da OIT, a Convenção sobre os Direitos da Criança e os acordos-chave
ambientais multilaterais, para as partes nesses acordos.
68. O comércio
internacional é um motor para o crescimento econômico inclusivo e para a
redução da pobreza, e contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Continuaremos a promover um sistema de comércio multilateral universal, baseado
em regras, aberto, transparente, previsível, inclusivo, não discriminatório e
igualitário no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como a
liberalização significativa do comércio. Convocamos todos os membros da OMC a
redobrar seus esforços para concluir rapidamente as negociações sobre a Agenda
de Desenvolvimento de Doha. Atribuímos grande importância ao fornecimento de
capacitação relacionada com o comércio para os países em desenvolvimento,
incluindo os países africanos, os países menos desenvolvidos, os países em
desenvolvimento sem litoral, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e
os países de renda média, incluindo para a promoção da integração econômica
regional e interconectividade.
69. Reconhecemos a
necessidade de ajudar os países em desenvolvimento a alcançar a
sustentabilidade da dívida em longo prazo via políticas coordenadas destinadas
a promover o financiamento da dívida, o alívio da dívida, a reestruturação da
dívida e uma sólida gestão da dívida, consoante o caso. Muitos países continuam
vulneráveis a crises de dívida e alguns estão em meio a crises, incluindo
diversos países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em
desenvolvimento e alguns países desenvolvidos.
Reiteramos que devedores
e credores devem trabalhar em conjunto para prevenir e resolver situações de
dívida insustentável. Manter níveis sustentáveis da dívida é da
responsabilidade dos países mutuários; no entanto, reconhecemos que os credores
também têm a responsabilidade de emprestar de uma forma que não prejudique a
sustentabilidade da dívida de um país. Vamos apoiar a manutenção da
sustentabilidade da dívida dos países que receberam alívio da dívida e
alcançaram níveis sustentáveis de dívida.
70. Lançamos por este
meio um Mecanismo de Facilitação de Tecnologia, estabelecido pela Agenda de
Ação de Adis Abeba, a fim de apoiar os objetivos de desenvolvimento
sustentável. O Mecanismo de Facilitação de Tecnologia será baseado em uma
colaboração multissetorial entre Estados-membros, sociedade civil, setor
privado, comunidade científica, entidades das Nações Unidas e outras partes
interessadas e será composto por: uma Equipe de Trabalho Interagencial das
Nações Unidas sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os ODS; um Fórum
Multissetorial colaborativo sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os ODS; e
uma plataforma online.
• A Equipe de Trabalho
Interagencial das Nações Unidas sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os
ODS promoverá a coordenação, coerência e cooperação no âmbito do Sistema das
Nações Unidas em temas relacionados a CTI [Ciência, Tecnologia e Inovação],
reforçando a sinergia e eficiência, em particular para melhorar iniciativas de
construção de capacitação. A Equipe de Trabalho vai aproveitar os recursos
existentes e trabalhará com 10 representantes da sociedade civil, setor privado
e comunidade científica para preparar as reuniões do Fórum Multissetorial sobre
Ciência, Tecnologia e Inovação para os ODS, bem como no desenvolvimento e
operacionalização da plataforma online, incluindo a preparação de propostas
para as modalidades para o Fórum e para a plataforma online. Os 10
representantes serão nomeados pelo secretário-geral, por períodos de dois anos.
A Equipe de Trabalho
será aberta à participação de todas as agências, fundos e programas das Nações
Unidas e às comissões funcionais do ECOSOC [Conselho Econômico e Social da ONU]
e será inicialmente composto por entidades que integram atualmente o grupo de
trabalho informal sobre facilitação de tecnologia, a saber: Departamento das
Nações Unidas de Assuntos Econômicos e Sociais, Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Industrial (ONUDI), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (UNESCO), Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD), União Internacional de Telecomunicações (UIT),
Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) e o Banco Mundial.
• A plataforma online
será utilizada para estabelecer um mapeamento abrangente de, e servir como uma
porta de entrada para, informações sobre iniciativas existentes, mecanismos e
programas de CTI, dentro e fora da ONU. A plataforma online vai facilitar o
acesso a informações, conhecimentos e experiências, bem como as melhores
práticas e lições aprendidas, em iniciativas de facilitação e políticas de CTI.
A plataforma online também vai facilitar a divulgação de publicações
científicas de acesso aberto relevantes geradas em todo o mundo. A plataforma
online será desenvolvida com base em uma avaliação técnica independente que
levará em conta as melhores práticas e lições aprendidas de outras iniciativas,
dentro e fora das Nações Unidas, a fim de garantir que irá complementar,
facilitar o acesso e fornecer informações adequadas sobre plataformas CTI
existentes, evitando duplicações e reforçando as sinergias.
• O Fórum Multissetorial
sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os ODS será convocado uma vez por
ano, por um período de dois dias, para discutir a cooperação STI em torno de
áreas temáticas para a implementação dos ODS, reunindo todas as partes
interessadas para contribuir ativamente na sua área de especialização. O Fórum
proporcionará um local para facilitar a interação e o estabelecimento de
parcerias e de redes entre as partes interessadas relevantes e parcerias
multissetoriais, de modo a identificar e analisar as necessidades e lacunas
tecnológicas, incluindo as relacionadas à cooperação, inovação e construção de
capacitação científicas, e também a fim de ajudar a facilitar o
desenvolvimento, transferência e difusão de tecnologias relevantes para os ODS.
As reuniões do Fórum
serão convocadas pelo presidente do ECOSOC antes do encontro do Fórum Político
de Alto Nível, sob os auspícios do ECOSOC ou, em alternativa, em conjunto com
outros fóruns ou conferências, conforme o caso, tendo em conta o tema a ser
considerado e em colaboração com os organizadores dos outros fóruns ou
conferências. As reuniões do Fórum serão copresididas por dois Estados-membros
e resultarão em um resumo das discussões elaborado pelos dois copresidentes,
como uma contribuição para as reuniões do Fórum Político de Alto Nível, no
contexto do acompanhamento e avaliação da implementação da Agenda de
Desenvolvimento pós-2015.
• As reuniões do Fórum
Político de Alto Nível serão informadas pelo resumo do Fórum Multissetorial. Os
temas para o Fórum Multissetorial sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os
ODS posterior serão considerados pelo Fórum Político de Alto Nível sobre o
desenvolvimento sustentável, levando em conta as contribuições de peritos da
Equipe de Trabalho.
71. Reiteramos que esta
Agenda e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e suas metas, incluindo os
meios de implementação, são universais, indivisíveis e interligados.
Acompanhamento e
avaliação
72. Comprometemo-nos a
nos engajar no acompanhamento e avaliação sistemáticos da aplicação da presente
Agenda nos próximos quinze anos. Um quadro de acompanhamento e avaliação
robusto, voluntário, eficaz, participativo, transparente e integrado dará uma
contribuição vital para a implementação e ajudará os países a maximizar e
acompanhar o progresso na implementação desta Agenda a fim de garantir que
ninguém seja deixado para trás.
73. Operando nos níveis
nacional, regional e global, promoverá a prestação de contas aos nossos
cidadãos, apoiará a cooperação internacional eficaz na realização desta Agenda
e promoverá o intercâmbio de melhores práticas e aprendizagem mútua. Mobilizará
apoio para superar os desafios compartilhados e identificará problemas novos e
emergentes. Como esta é uma Agenda universal, a confiança mútua e o
entendimento entre todas as nações serão importantes.
74. Processos de
acompanhamento e avaliação em todos os níveis serão guiados pelos seguintes
princípios:
a. Eles vão ser
voluntários e liderados pelos países, levarão em conta as diferentes
realidades, capacidades e níveis de desenvolvimento nacionais e respeitarão o
espaço e as prioridades políticas. Como a apropriação nacional é fundamental
para alcançar o desenvolvimento sustentável, o resultado de processos em nível
nacional será a base para as avaliações nos níveis regional e global, dado que
a avaliação global será baseada primeiramente em fontes de dados oficiais
nacionais.
b. Eles vão acompanhar o
progresso na implementação dos Objetivos e metas universais, incluindo os meios
de implementação, em todos os países de uma forma que seja respeitada a sua
natureza universal, integrada e inter-relacionada e as três dimensões do
desenvolvimento sustentável.
c. Eles vão manter uma
orientação de mais longo prazo, identificar as realizações, os desafios, as
lacunas e os fatores críticos de sucesso, e apoiar os países na tomada de
decisões políticas informadas. Eles vão ajudar a mobilizar os meios de
implementação e parcerias necessários, apoiar a identificação de soluções e
melhores práticas e promover a coordenação e eficácia do sistema de
desenvolvimento internacional.
d. Eles serão abertos,
inclusivos, participativos e transparentes para todas as pessoas e apoiarão a
comunicação por todas as partes interessadas.
e. Eles serão centrados
nas pessoas, sensíveis ao gênero, respeitarão os direitos humanos e têm um foco
especial sobre os mais pobres, mais vulneráveis e aqueles que estão mais para
trás.
f. Eles vão se basear em
plataformas e processos existentes, caso existam, evitar a duplicação e
responder às circunstâncias, capacidades, necessidades e prioridades nacionais.
Eles vão evoluir ao longo do tempo, tendo em conta as questões emergentes e o
desenvolvimento de novas metodologias, e minimizarão o fardo de reportar
informações para as administrações nacionais.
g. Eles vão ser
rigorosos e baseados em evidências, informados por meio de avaliações e dados
liderados pelo país, de alta qualidade, acessíveis, oportunos, confiáveis e
desagregados por renda, sexo, idade, raça, etnia, status de migração,
deficiência e localização geográfica, e outras características relevantes em
contextos nacionais.
h. Eles vão exigir um
maior apoio na construção de capacidades dos países em desenvolvimento,
incluindo o reforço dos sistemas de dados e programas de avaliação nacionais,
particularmente em países africanos, nos países menos desenvolvidos, nos
pequenos Estados insulares em desenvolvimento, países em desenvolvimento sem
litoral e países de renda média.
i. Eles vão se
beneficiar do apoio ativo do Sistema das Nações Unidas e outras instituições
multilaterais.
75. Os Objetivos e metas
serão acompanhados e avaliados utilizando um conjunto de indicadores globais.
Estes irão ser complementados por indicadores nos níveis regionais e nacionais
que serão desenvolvidas pelos Estados-membros, para além dos resultados dos
trabalhos realizados para o desenvolvimento das linhas de base para essas metas
onde os dados nacionais e globais ainda não existam. O quadro indicador global,
a ser desenvolvido pelo Grupo Interagencial e de Peritos sobre os Indicadores
dos ODS, será aprovado pela Comissão de Estatística das Nações Unidas em março
de 2016 e adotado posteriormente pelo Conselho Econômico e Social e pela
Assembleia Geral, em conformidade com os mandatos existentes. Este quadro será
simples porém robusto, abordará todos os ODS e suas metas, incluindo os meios
de implementação, e preservará o equilíbrio político, a integração e a ambição
nele contidos.
76. Iremos apoiar os
países em desenvolvimento, particularmente os países africanos, os países menos
desenvolvidos, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países em
desenvolvimento sem litoral no reforço da capacidade dos escritórios de
estatística e sistemas de dados nacionais para garantir o acesso a dados de
alta qualidade, oportunos, confiáveis e desagregados. Vamos promover uma
intensificação transparente e responsável de cooperação público-privada
adequada para explorar a contribuição a ser feita por uma ampla gama de dados,
incluindo a observação da Terra e a informação geoespacial, garantindo ao mesmo
tempo a apropriação nacional no apoio e acompanhamento do progresso.
77. Comprometemo-nos a
nos engajar plenamente na realização de revisões regulares e inclusivas de
progressos nos níveis subnacional, nacional, regional e global. Vamos nos
basear o tanto quanto for possível na rede existente de acompanhamento e
avaliação das instituições e mecanismos. Os relatórios nacionais permitirão a
avaliação dos progressos e identificarão os desafios nos níveis regional e
global. Juntamente com os diálogos regionais e avaliações globais, eles vão dar
recomendações para o acompanhamento em vários níveis.
Nível nacional
78. Nós encorajamos
todos os Estados-membros a desenvolver logo que possível respostas nacionais
ambiciosas para a aplicação global da presente Agenda. Estas podem apoiar a
transição para os ODS e construir sobre os instrumentos de planejamento
existentes, tais como as estratégias de desenvolvimento nacional e de
desenvolvimento sustentável, conforme o caso.
79. Nós também
incentivamos os Estados-membros a realizar avaliações regulares e inclusivas de
progresso nos níveis nacionais e subnacionais que sejam lideradas pelo país e
orientadas para o país. Tais avaliações devem recorrer a contribuições dos
povos indígenas, da sociedade civil, do setor privado e de outras partes
interessadas, de acordo com as circunstâncias, políticas e prioridades
nacionais. Parlamentos nacionais, bem como outras instituições, também podem
apoiar esses processos.
Nível regional
80. Acompanhamento e
avaliação em nível regional e sub-regional podem, se necessário, fornecer
oportunidades úteis para a aprendizagem entre pares, incluindo através de
análises voluntárias, do compartilhamento de melhores práticas e da discussão
sobre metas compartilhadas. Congratulamo-nos, a este respeito, a cooperação de
comissões e organizações regionais e sub-regionais. Processos regionais
inclusivos vão recorrer a avaliações em nível nacional e contribuir para o
acompanhamento e a avaliação em nível global, incluindo no Fórum Político de
Alto Nível sobre o desenvolvimento sustentável (HLPF).
81. Reconhecendo a
importância de construir sobre os mecanismos de acompanhamento e de avaliação
existentes em nível regional e permitindo um espaço político adequado,
incentivamos todos os Estados-membros a identificar o fórum regional mais
adequado para se engajar. Comissões regionais das Nações Unidas são
incentivadas a continuar apoiando os Estados-membros a este respeito.
Nível global
82. O Fórum Político de
Alto Nível sobre o desenvolvimento sustentável (HLPF) terá um papel central na
supervisão de uma rede de processos de acompanhamento e avaliação em nível
global, trabalhando de forma coerente com a Assembleia Geral, o ECOSOC e outros
órgãos e fóruns relevantes, em conformidade com os mandatos existentes. Ele
facilitará o compartilhamento de experiências, incluindo sucessos, desafios e
lições aprendidas, e fornecerá liderança política, orientação e recomendações
para o acompanhamento. Ele promoverá a coerência de todo o sistema e a
coordenação das políticas de desenvolvimento sustentável. Deve assegurar que a
Agenda continue a ser pertinente e ambiciosa e deve centrar-se na avaliação dos
progressos, realizações e desafios enfrentados pelos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, bem como questões novas e emergentes. Vínculos efetivos serão
feitos com os acordos de acompanhamento e avaliação de todas as Conferências e
processos pertinentes das Nações Unidas, incluindo dos países menos
desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países em
desenvolvimento sem litoral.
83. O acompanhamento e
avaliação no HLPF será informado por um Relatório sobre o Progresso dos ODS
anual a ser preparado pelo secretário-geral em cooperação com o Sistema das
Nações Unidas, com base no quadro de indicadores globais, dados produzidos
pelos sistemas estatísticos nacionais e informações coletadas em nível
regional. O HLPF também será informado pelo Relatório de Desenvolvimento
Sustentável Global, que deverá reforçar a interface ciência-política e poderia
fornecer um instrumento forte baseado em evidências para apoiar os formuladores
de políticas na promoção da erradicação da pobreza e do desenvolvimento
sustentável. Convidamos o presidente do ECOSOC a conduzir um processo de
consultas sobre o escopo, a metodologia e a frequência do relatório, bem como
sua relação com o Relatório sobre o Progresso dos ODS, cujo resultado deve ser
refletido na Declaração Ministerial da sessão do HLPF em 2016.
84. O HLPF, sob os
auspícios do ECOSOC, deve realizar avaliações periódicas, de acordo com a
resolução 67/290. As avaliações serão voluntárias, ao mesmo tempo em que
incentivam a geração de relatórios, e incluem países desenvolvidos e em
desenvolvimento, bem como as entidades relevantes das Nações Unidas e outras
partes interessadas, incluindo a sociedade civil e o setor privado. Elas devem
ser lideradas pelo Estado, envolvendo o nível ministerial e outros
participantes relevantes de alto nível. Elas devem fornecer uma plataforma para
as parcerias, incluindo por meio da participação dos grupos principais [major groups] e
outras partes interessadas.
85. As avaliações
temáticas de progresso sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
incluindo as questões transversais, também ocorrerão no HLPF. Estas serão
apoiadas por avaliações de comissões funcionais do ECOSOC e outros organismos e
fóruns intergovernamentais que devem refletir a natureza integrada dos
Objetivos, bem como as interligações entre eles. Elas vão envolver todas as partes
interessadas e, sempre que possível, contribuirão e estarão alinhadas com o
ciclo do HLPF.
86. Congratulamo-nos,
conforme descrito na Agenda de Ação de Adis Abeba, com os dedicados resultados
do acompanhamento e avaliação do Financiamento para o Desenvolvimento, bem como
todos os meios de implementação dos ODS, integrados com o quadro de
acompanhamento e avaliação desta Agenda. As conclusões e recomendações
intergovernamental acordadas no Fórum anual do ECOSOC sobre o Financiamento
para o Desenvolvimento serão contribuirão para o acompanhamento e avaliação
gerais da implementação desta Agenda no HLPF.
87. Reunindo-se de
quatro em quatro anos sob os auspícios da Assembleia Geral, o HLPF fornecerá
orientação política de alto nível sobre a Agenda e sua implementação,
identificará avanços e desafios emergentes e mobilizará novas ações para
acelerar sua implementação. O próximo HLPF, sob os auspícios da Assembleia
Geral, ocorrerá em 2019, com o ciclo de reuniões se redefinindo a fim de
maximizar a coerência com o processo de Revisão Política Compreensivo
Quadrienal.
88. Ressaltamos também a
importância de todo o sistema estratégico de planejamento, implementação e
elaboração de relatórios, a fim de assegurar um apoio coerente e integrado à
implementação da nova Agenda pelo sistema de desenvolvimento das Nações Unidas.
Os órgãos de governança relevantes devem tomar medidas para avaliar esse apoio
à implementação e informar sobre os progressos e obstáculos. Congratulamos os
Diálogos do ECOSOC em curso sobre o posicionamento de longo prazo do sistema de
desenvolvimento das Nações Unidas e estamos ansiosos para tomar medidas sobre
estas questões, conforme o caso.
89. O HLPF apoiará a
participação nos processos de acompanhamento e análise pelos grupos principais
[major groups] e por
outras partes interessadas em conformidade com a resolução 67/290. Convocamos
esses atores para informar sobre a sua contribuição para a implementação da
Agenda.
90. Solicitamos ao
secretário-geral, em consulta com os Estados-membros, que elabore um relatório,
para apreciação na 70a sessão da Assembleia Geral em preparação para a reunião
de 2016 do HLPF, que descreva os marcos críticos em prol de um acompanhamento e
uma avaliação coerentes, eficientes e inclusivos em nível global. Este relatório
deverá incluir uma proposta sobre as modalidades de organização das avaliações
conduzidas pelo Estado no HLPF sob os auspícios do ECOSOC, incluindo
recomendações sobre as diretrizes da geração comum e voluntária de relatórios.
Deve esclarecer responsabilidades institucionais e fornecer orientações sobre
temas anuais, em uma sequência de análises temáticas, e sobre as opções para as
análises periódicas para o HLPF.
91. Reafirmamos nosso
firme compromisso em alcançar este Agenda e utilizá-la ao máximo para
transformar o nosso mundo para melhor em 2030.
Traduzido pelo Centro de
Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), última edição em 13 de
outubro de 2015. Acesse este documento em inglês em http://bit.ly/2030agenda
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