Há algumas anos, chegou a ser febre: diversas instituições divulgavam a criação de uma espécie de caracol comestível, para competir com o escargot, molusco muito apreciado na culinária francesa. Aulas, anunciadas em jornais e revistas, vendas de matrizes, mais e mais alunos.
A espécie foi introduzida em fazendas no interior do Paraná. Sem controle, escapou para o meio ambiente. Tal fato qe se repetiu em criatórios espalhados pelo país.
Como a espécie não foi aceita pelos consumidores e o IBAMA proibiu cultura e comercialização, muitos criadores abandonaram os animais no meio natural.
As matrizes comercializadas eram as do caramujo-gigante africano, que não partilhava nosso habitat e não têm predadores no Brasil. Passaram desde então a compor a paisagem doméstica.
Ótimos reprodutores (um animal pode originar 300 filhotes ao ano), são hermafroditas e adaptaram-se bem ao nosso clima, podendo ser encontrados em 23 estados.
Tornaram-se uma praga, tanto do meio rural (pois destrói plantações) como do urbano, alimentando-se de vegetação e de caramujos da fauna nativa, o que pode levá-los à extinção.
Existe a possibilidade de serem vetores de doenças graves,pois são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias, como perfuração intestinal (angiostrongilose abdominal) e meningite (angiostrongilíase meningoencefálica). Os vermes podem ser encontrados na secreção deixada pelo caramujo. Instalado em hortas e pomares, contaminam frutas, verduras e disseminam doenças. Para prevenir, lave bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura, e deixe-os de molho de quinze minutos a meia hora, na solução de uma colher de água sanitária para um litro de água.
É possível comê-los, pois têm elevado teor de proteína. Porém, devem ser previamente bem cozidos.
Para controlar a reprodução é indicada a catação manual tanto dos indivíduos como de seus ovos, colocando-os em sacos plásticos distintos, nos quais deve ser misturada cal virgem ou sal. Por último, devem ser enterrados longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos. Para manuseá-los, utilize-se de luvas ou sacolas de plástico.
Existem, entretanto, pesquisadores que divulgam a desnecessidade da eliminação do animal, pois o risco de transmissão, segundo afirmam, é pequeno, em comparação com outros animais que ingerimos e que também podem estar infectados por doenças. Também pelo fato de que o caracol africano tem propriedades para o desenvolvimento de produtos cosméticos e farmacológicos, de maneira que o ideal seria, apenas, o controle de sua população.
Identificado o bichinho, lá vai a notícia, publicada no The Guardian (http://www.guardian.co.uk): Um salão de beleza em Tóquio está oferecendo tratamentos faciais em que a secreção dos caracóis é usada para tratamento facial. De acordo com a esteticista, a baba de caracol é ideal para peles secas, hidrata e torno o rosto suave. O centro atualmente faz apenas um tratamento facial por dia, pois a secreção se esgotaria com facilidade.
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Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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