À primeira vista,
parece uma coisa do outro mundo, quando tento explicar o que é e como se processa
a correção monetária.
No entanto, aplicada a
recuperação monetária ao salário, a informação torna-se acessível, uma vez que
toca o que diz respeito a cada um de nós.
O meu exemplo, sempre
repetido, é o de você encontrar, hoje, um bom emprego, onde aufira dez mil
reais por mês.
Pois bem: imagine-se
ganhando os mesmos dez mil reais, no mesmo emprego, daqui a dez anos. Seria
justo? Por quê?
Essa é a ideia: com o
passar do tempo, o salário perde valor, corrompido pela inflação.
Qual o remédio? Aplicar
o índice da inflação do período ao salário, para que ele recupere o poder de
compra inicial.
Ocorre que a inflação é
uma para cada indivíduo. Fuma? Paga aluguel? Prestação da casa própria? Possui
automóvel? Tem filhos? Estudam em escola particular ou pública? Come peixe? Entalados?
Em restaurante? Qual a periodicidade com que compra roupas? Onde? Utiliza-se de telefone celular? Tem computador?
Com que freqüência vai ao dentista? Vai ao teatro? Ao cinema?
Da mesma forma, a
inflação, para... (clique em "mais informações" para ler mais)
dada pessoa, é diferente mês a mês: o IPVA, a matrícula na escola, o pneu furado, o dentista.
dada pessoa, é diferente mês a mês: o IPVA, a matrícula na escola, o pneu furado, o dentista.
Por fim, também a
classe social e a região – vivemos em um
país imenso, com grandes contrastes – são determinantes para a apreciação
do índice.
Por esse motivo, o
governo necessita criar um padrão – ou vários
padrões - para precisar a inflação de determinado lapso temporal.
Aqui surge a figura da
cesta. Não uma cesta física, mas hipotética. Nela são considerados produtos e
serviços que serão utilizados como base para medir o comportamento dos preços.
O preço de determinados
produtos e serviços – pão, aluguel, leite
e etc. –, fixados em uma lista (a cesta), é comparado mês a mês, nos mesmos
estabelecimentos. A diferença do total desse rol entre um mês e o total do mês
seguinte é a inflação medida nesse período, conforme o crescimento percentual, aferido
pelo cotejo entre os preços relacionados, auferidos em um mês e em outro.
Quando se diz “vilão da
inflação” referimo-nos a um dos componentes da cesta que alavancou o
crescimento do volume total da cesta (a soma dos produtos): os diversos
elementos permaneceram estáveis ou tiveram seus preços pouco alterados, mas no
conjunto a inflação cresceu (o total da lista), porque um dos insumos ficou
muito mais caro.
Quando um índice
“nasce”, começa em geral com um número inteiro (um, dez, mil). Se a diferença
entre as duas primeiras cestas for de 4% e o número inaugural do for 1.000, o
índice, no segundo mês, será 1.040 (1.000 + 4% de 1.000). Ou seja, 1.040 é o indicativo
do índice, do mês anterior, acrescido da inflação de 4%, medida através da
comparação dos produtos e serviços confrontados nesse período. Do exemplo concluímos que a inflação, nesse
primeiro mês, foi de 4%.
Se no segundo mês a
inflação for de 5% (a diferença comparativa entre as duas cestas), este porcentual
é aplicado àquele 1.040, e o terceiro indicador apurado será de 1.092 (1.040 +
5% de 1.040).
Temos diferentes
índices de inflação, porque existem diversas “cestas”: IGP, IPC, IPCA, IGP-M e
etc. A diferença entre elas está nos produtos e serviços considerados, e por
esse motivo, a inflação calculada por uma é diferente da reputada por outra.
Entendido como se
pondera o índice, é chegado o momento de aplicá-lo. Tomemos, mais uma vez como
exemplo, aquele salário de dez mil reais. Se o dividirmos por um padrão, hoje –
digamos o INPC -, e o multiplicarmos
pelo mesmo padrão (ou índice), daqui a dez anos, teremos esse salário corrigido
monetariamente, segundo a inflação medida – no
caso, pelo INPC.
Com esse critério
apreciamos a inflação de qualquer período, controlada por um determinado
índice. Ficou fácil?
Depois de todo o
exposto, podemos definir o que seja valor real e valor nominal. Aquele salário,
expresso em reais, é o salário nominal, porque existe em nome. Como o poder de aquisição dele diminui, de acordo com a
inflação, continua a ser dez mil reais,
mas vale cada vez menos, porque se pode comprar, com ele, cada vez menos
produtos e serviços.
O salário real, por sua
vez, é o salário nominal acrescido da correção monetária, conforme explanei. É o
salário recomposto. Se você continuar recebendo o salário nominal, sentirá os
efeitos da corrosão que a inflação provoca. Para saber quanto deveria ganhar,
corrija por um índice, partindo de um determinado ponto e chegando a outro
(esses dois pontos ou meses marcam o período inflacionado que você está
calculando).
Suponhamos que alguém
tenha uma importância para receber - vendeu alguma coisa, por exemplo - e o
devedor não lhe paga. Passa o tempo e essa pessoa tem, apenas, o valor nominal
para indicar.
Como calcular o valor a
receber (o valor real)? Da mesma maneira: dividindo o valor, na data do
vencimento, pelo índice legal recomendado naquele mês e multiplicando pelo
mesmo índice, na data da cobrança ou pagamento.
Por conclusão, temos que a correção monetária
não é rendimento, mas recomposição do poder de compra.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
Respeite o direito autoral.
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Maria da Glória
Perez Delgado Sanches
REAL VALUE X NOMINAL VALUE At first glance, it seems a thing of another world when I try to explain what it is and how it processes the restatement. However, applied to monetary recovery to the salary, the information becomes accessible as regards the respect of each of us. My example, always repeated, is to find you, today, a good job, which earns ten thousand reais per month. Well, imagine yourself winning the ...
VALOR REAL X VALOR NOMINAL A primera vista, parece una cosa de otro mundo cuando trato de explicar lo que es y cómo se procesa la reexpresión. Sin embargo, se aplica a la recuperación monetaria para el salario, la información se hace accesible en cuanto a la relación con cada uno de nosotros. Mi ejemplo, siempre se repite, es encontrar que, hoy en día, un buen trabajo, que gana diez mil reales por mes. Bueno, imagínate ganar el ...
VALOR REAL X VALOR NOMINAL A primera vista, parece una cosa de otro mundo cuando trato de explicar lo que es y cómo se procesa la reexpresión. Sin embargo, se aplica a la recuperación monetaria para el salario, la información se hace accesible en cuanto a la relación con cada uno de nosotros. Mi ejemplo, siempre se repite, es encontrar que, hoy en día, un buen trabajo, que gana diez mil reales por mes. Bueno, imagínate ganar el ...
6 comentários:
Parabéns pela explanação! Fácil, inteligente, dinâmica. Nunca antes tinha entendido a diferença entre valor real e valor nominal. Agora ficou muito fácil. Obrigado.
Jonas Américo da Silva
Obrigada pelo comentário, Jonas, e uma excelente noite!
Maria, boa tarde! Gostei muito da sua explicação, mas gostaria de saber como que devo interpretar o resultado do cálculo do preço real. Tem uma incógnita gigante aqui na minha cabeça!
Maria boa tarde! como devo interpretar o calculo do valor real? isso não está entrando na minha mente.. :(
Olá, Eloisa, boa noite!
Não existe valor real “real”, mas aproximações, uma vez que cada um tem a sua inflação.
Suponha que você ganha R$ 5.000,00. Paga aluguel, fuma, tem plano de saúde e come carne. A sua inflação certamente será diferente daquela pessoa que tem casa própria, não fuma, não tem plano de saúde e é vegetariana.
Isso porque o preço das coisas sobre em percentagens diferentes e, se você não come carne ou não paga aluguel o aumento incidente sobre qualquer deles não afetará em nada seu orçamento. E também faz diferença onde você mora (se na periferia, no centro da cidade ou em um bairro nobre), se faz pesquisa antes de comprar, se faz estoque de alimentos e material de limpeza, se paga juros etc.
Então o governo (incluindo os tribunais) edita tabelas para aferir a inflação de cada mês, baseado em uma “cesta”. Cada cesta possui determinados itens (produtos e serviços) que são acompanhados mensalmente. Quando o preço de um desses itens sobe, dependendo do impacto percentual dele em relação aos demais e ao aumento sofrido, a inflação é menor ou maior.
Assim, para se apurar o “valor real”, dividimos o valor que queremos ver corrigido por um índice, de determinado mês, e o corrigimos multiplicando o resultado pelo índice atual.
Um exemplo?
Alguém me deve R$ 10.000,00, desde jan/02. Quanto representaria tal valor, hoje? Ou qual o valor real?
Se utilizarmos a tabela prática para cálculo de atualização monetária dos débitos judiciais de São Paulo, basta dividir R$ 10.000,00 por 24,517690, que é o índice de jan/02. Encontraremos, então, 407,868767. Multiplicando este resultado pelo índice de jun/2015, teremos R$ 24.125,52. Este é, segundo a tabela prática do TJSP, o valor real, em junho de 2015. Quanto será o valor real para dezembro de 2015? Basta multiplicar 407,868767 pelo índice publicado em dezembro de 2015. Quanto era em jan/2015? 407,868767 x 55,809388 ou seja, o índice que o TJSP publicou para jan/15. Ficou fácil?
Porque existem inflações diferentes para diferentes pessoas, temos dezenas de índices possíveis para aferir a inflação. Daí que, quando chegamos a um “valor real”, devemos sempre nos referir ao índice utilizado.
Um abraço, boa sorte e escreva, se e quando precisar, ok?
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Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Muito obrigada Maria!!!
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