Mateus Solano compôs o personagem de tal forma que se tornaram, ele e Niko, os protagonistas do folhetim. Quem com Mateus contracenou deixou a sensaboria de lado, ganhou brilho e visibilidade.
“Acho que coloquei aplique na peruca da Rainha de Sabá!”: foram inúmeras as tiradas sensacionais de Félix. Por conta delas, alguns trechos da novela poderiam ser comparados a um Sai de Baixo, com classe e estilo.
Retratado como o mais humano e adorável personagem que já acompanhei, Félix, sagaz e inteligente, passou por crises, fez o mal, fez o bem, aos outros e a si mesmo. Não apenas se redimiu de seus erros, mas foi o instrumento para que os demais personagens se realizassem.
O capítulo final primou pelo esmero: a morte trágica de Aline (Vanessa Giácomo), que viveu alimentada pelo ódio; a superação de Linda (Bruna Linzmeyer) e a declaração de Rafael (Rainer Cadete), na exposição de sonho, entre quadros deslumbrantes; a incomum amizade da família moderninha formada por Patrícia (Maria Casadevall), Michel (Caio Castro), Guto (Márcio Garcia) e Silvia (Carol Castro); a fuga feliz de Edith (Bárbara Paz) com Vagner (Felipe Titto), pelas ruas de São Paulo; o anúncio da gravidez de Paloma (Paolla Oliveira) ao marido, ao término da confirmação de seus votos, cercados de casais apaixonados e histórias resolvidas.
A novela marcará como a primeira a exibir um beijo gay. Esperado pelo público e muito comemorado, foi inserido em um contexto familiar, afetuoso e romântico. Por que não exibi-lo, se Félix e Niko, o Carneirinho, formam uma família e se amam? Por que alguns se inflamam a discutir valores, se a homossexualidade não é um princípio, mas uma opção?
A novela consagrou valores, sim, com beijos e declarações: a verdade, o amor e a paciência. A verdade libertou e o amor, associado aos cuidados diários com o pai, César (Antonio Fagundes), prevaleceram sobre o preconceito.
De tudo fica a mensagem de amor e superação, de entrega, que quebra barreiras e preconceitos: “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos sem amor eu nada seria”.
Parabéns, Walcyr Carrasco, Mauro Mendonça Filho e Wolf Maya. Parabéns aos atores e, especial, a Mateus! Félix é único!
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Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.