Astrônomo escolhe Itanhaém para estudos e realiza projetos voltados ao público
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O evento, que contou com duas lunetas e um telescópio, despertou a curiosidade dos presentes | |
Com pouca poluição, Itanhaém é considerada um bom lugar para estudar e observar o universo. Morador do Balneário Gaivota há quatro anos, o proprietário do Observatório Astronômico Albert Einstein CEU-GUE (em São Paulo), Antonio Carlos Tavares, declara que considera o município um sítio astronômico, “Itanhaém oferece uma boa visão do corpo celeste. O céu aqui é bem melhor que em São Paulo, é mais vivo”.
Com 50 anos, está na profissão há 32, mas é fascinado pelo universo desde pequeno. “Sou professor de biologia, astronomia e ciência, mas tenho conhecimento da área desde os sete anos. Sempre gostei de tudo relacionado a esse assunto, sou obcecado e fascinado por isso. O melhor de ser astrônomo é saber que seu trabalho não tem fim, alguém sempre continua”, afirma.
Com esta visão que a Cidade proporciona, Antonio deu vida ao Projeto Observar, no qual faz excursões para alunos das escolas onde dá aulas e realiza observações lunares como a que ocorreu na noite do último sábado (14). Com o auxílio dos membros de sua equipe de São Paulo, Karen de Souza, Henrique Takamura e Kleber de Souza, foi montado no Centro Histórico, na Praça Narciso de Andrade, equipamentos para realizarem uma observação. Neste dia, o Projeto contou com lunetas de duas e três polegadas e um telescópio de seis polegadas.
Durante o evento, Antonio e sua equipe atendiam a todos que passavam pela praça e se interessavam. Várias perguntas foram respondidas aos participantes que se encantavam pelos aparelhos montadas no local. Sua equipe, que são seus alunos, mostrou a mesma paixão pela astronomia. “Não tem como não se surpreender, quando vi a Lua e um planeta pela primeira vez pelo telescópio, achei que fosse uma foto ou algo assim. O céu tem muitas coisas para serem estudadas e, quanto mais estudamos, mais perguntas aparecem”, disse Henrique.
A ideia despertou em muitas pessoas a curiosidade. “Os equipamentos são bem interessantes, eu nunca havia visto nenhum desses. É muito bom ter esse contato, são coisas que eu só via na televisão”, disse Elisangela Ribeiro dos Santos, que participou e se interessou pelo assunto.
Para José Chelanio da Silva, que gosta de pesquisar sobre o universo, foi uma oportunidade de obter mais conhecimento com quem entende. “Assim é possível despertar o interesse. Não temos acesso a esse tipo de equipamento e agora pude até obter mais informações. O céu é uma das coisas mais complexas e inexplicáveis. Com essa chance, podemos entender pelo menos um pouco do que ele é e das belezas que oferece. Eu passaria horas e horas aqui, sem dúvida alguma”.
Antonio explica que a astronomia e a astrobiologia (estudo da hipótese de vida no universo) incentivam e motivam os alunos. Eles se interessam nas aulas, aprendem a importância do homem na terra e percebem que o planeta não é descartável.
Convivendo com esses benefícios, mostra o desejo que tem de evoluir o projeto. “Quero montar um observatório que seria cultural, científico e turístico. Quando se tem o conhecimento de que o universo é bem mais do que os olhos podem ver, muitas portas se abrem. Já imagino uma exposição de astrofotografia de diversos alunos daqui, seria incrível. É tão intenso, é um sonho, seria para crianças até pessoas de 100 anos ou mais, veríamos que somos muito pequenos comparados a tudo que o universo oferece. Não tem limites, e só ter vontade”.
Com cerca de três mil livros e 700 periódicos em sua biblioteca, atualmente ele está lendo ‘Descobrindo o Universo’ (Neil F. Comins) pela segunda vez e ‘Breve História de Quase Tudo’ (Bill Bryson). Para ele, a Cidade é um dos melhores lugares para exercer sua profissão. “Itanhaém tem um céu incrível para isso”.
É professor de ciências e biologia (com ênfase em astrobiologia) e pós-graduado em astronomia pela USP. Além de trabalhar em seu observatório, leciona em duas escolas estaduais (Condessa Filomena Matarazzo e Professor Milton Cruzeiro, ambas em São Paulo) e no observatório Herschel, do Colégio Universitas, em Santos.
Em 2002, abriu seu observatório particular Albert Einstein (homenagem ao físico alemão) em São Paulo, até então um dos seus grandes sonhos. É uma microempresa voltada para o social.
HOMENAGEM – No dia 2 de dezembro é comemorado o Dia do Astrônomo. A data coincide com o aniversário do imperador Dom Pedro II, que era um conhecido incentivador da astronomia, data instituída em 2006 no estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social de Itanhaém
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Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.